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O novo governo do Iêmen, liderado pelo líder opositor Mohammed Salim Basindawa, tomou posse neste sábado (10) com a incumbência de guiar a etapa de transição no país após dez meses de protestos populares pró-democracia.

Os integrantes do Executivo prestaram juramento perante o vice-presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur al Radi, três dias após o anúncio da formação deste governo de reconciliação nacional.

Após o ato de posse, celebrado no Palácio Republicano de Sana sem a presença da mídia - com exceção da imprensa oficial -, Mansur al Radi presidiu a primeira reunião do gabinete e disse que o novo governo deve "criar a atmosfera adequada para obter o consenso nacional".

"O Iêmen espera que o governo propicie as circunstâncias para que os cidadãos vivam em paz", afirmou o vice-líder, que recebeu os poderes de encarregar a formação do novo Executivo da parte do ainda presidente, Ali Abdullah Saleh, que assinou no dia 23 de novembro um acordo que estipula sua renúncia ao poder.

Mansur al Radi pediu aos membros do novo governo que "trabalhem para recuperar o respeito do Estado e conseguir que a lei prevaleça sobre todos".

No último dia 7, o vice-presidente emitiu um decreto para a formação do governo que estabelece a distribuição dos 32 ministérios a partes iguais entre a oposição e o Partido do Congresso Popular Geral (PCPG) - legenda de Saleh.

O PCPG controla, entre outros, os ministérios das Relações Exteriores, Petróleo e Defesa, enquanto a oposição se encarrega das pastas de Interior, Informação e Finanças.

Abu Bakr al-Qorbi, do PCPG, continua à frente da pasta de Relações Exteriores e o general Mohammed Nasser Ahmed segue como ministro da Defesa, enquanto os opositores Abdelqader Qahtan, que pertence ao Partido da Reforma Islâmica, e Sakhr Ahmed Abbas ocupam respectivamente os Ministérios de Interior e Finanças.

Os ministros de Turismo, Qasim Salam (do PCPG), e de Indústria e Comércio, Saad Eddine Ali Salem bin Taleb (opositor) não compareceram à cerimônia de juramento, informou a agência de notícias "Saba", sem detalhar os motivos. Mas fontes do partido de Saleh disseram à Agência Efe que a ausência do primeiro foi sua rejeição ao cargo.

Em 27 de novembro, o vice-presidente encarregou Basindawa, chefe do Conselho Nacional Opositor, de formar o governo de reconciliação nacional, uma decisão que se ajusta à iniciativa promovida pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) para a transferência pacífica do poder no Iêmen.

Este plano, assinado por Saleh após meses de reticência, implicava em sua renúncia ao poder no prazo de um mês a partir da assinatura e da convocação de eleições presidenciais, que já foram anunciadas para 21 de fevereiro de 2012.

A revolta popular contra Saleh começou em janeiro passado e envolveu o Iêmen em uma grave crise política e em uma espiral de violência.

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