Policial ferido recebe socorro após confronto que deixou 17 mortos na zona rural de Curuguaty| Foto: Abc Color

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Qual a sua avaliação sobre a política do governo Lugo para resolver os conflitos agrários?

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O novo ministro paraguaio do Interior, Rubén Candia Amarilla, assumiu ontem o cargo até então ocupado por Carlos Filizzola, que deixou o governo pressionado pela crise política instaurada na sexta-feira após o confronto entre policiais e sem-terra que deixou pelo menos 17 mortos e cerca de 100 feridos. A primeira ação de Ama­­rilla foi suspender as negociações para a desocupação da reserva natural ocupada por sem-terra no distrito de Curuguaty, a 280 quilômetros de Foz do Iguaçu.

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Para Amarilla, que exigiu rigor contra os responsáveis pelo confronto com a polícia, a ação de reintegração de posse determinada por Filizzola "ultrapassou o que prevê a lei". "Com a lei nas mãos, vamos fazer a desocupação. O protocolo do ex-ministro Filizzola foi um aditivo que acabou ultrapassando o que expressamente está estabelecido em nosso ordenamento jurídico", declarou o novo ministro em uma entrevista coletiva ontem pela manhã, logo após tomar posse do cargo.

A ordem de Filizzola diante das sucessivas ocupações de terra que têm se espalhado por diversas regiões do país desde que o presidente Fernando Lugo assumiu era para esgotar todas as alternativas de negociação com os líderes em busca de um acordo favorável para as partes envolvidas. Tal postura acabava arrastando por meses o cumprimento das ordens judiciais. Amarilla adiantou que ainda deve se interar da situação na região de Curuguaty para avaliar quando deverá desmobilizar as forças policiais que continuam na área no conflito.

Apesar dos indícios de que os oficiais atacados com tiros na cabeça, no pescoço e no peito foram recebidos por franco-atirados, o novo ministro também descartou que a ação tenha sido orquestrada por membros do Exército do Povo Paraguaio (EPP), movimento de guerrilha supostamente apoiado por narcotraficantes que atuam na região.

Opositores alegam que houve erro de avaliação da ação de reintegração de posse e efetivo insuficiente, o que provocou o massacre. A área de 2 mil hectares onde ocorreu o confronto pertence ao empresário e ex-senador colorado Blas Riquelme.

Comando da polícia

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Também assumiu ontem o novo comandante da Polícia Nacional, o comissário Arnaldo Sanabria. Com a mudança, boa parte da cúpula da polícia paraguaia será renovada.

A nomeação foi bastante criticada por Filizzola e classificada como apenas uma manobra política e um grande erro pela falta de experiência de Sanabria em ações práticas.

No total, foram mortos no confronto sete policiais e dez dos 150 sem-terra da Liga Nacional Carpera, que ocupavam a área.