Mario Monti falou em necessidade de esforço comum dos italianos para enfrentar a situação de emergência| Foto: Stefano Rellandini/Reuters

Crise

Nomeação demonstra esforço da Itália, diz UE

Folhapress

A União Europeia parabenizou ontem a Itália pela designação do ex-comissário europeu Mario Monti para formar um novo governo italiano. O bloco advertiu, no entanto, que continuará vigilante durante a aplicação de reformas para combater a crise da dívida.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, viram de forma positiva a decisão do presidente italiano, Giorgio Napolitano, de encarregar Monti para a função de formar um governo.

"Acreditamos que isso mostra um sinal de encorajamento, após a rápida adoção da Lei de Estabilidade de 2012, da determinação das autoridades italianas para ultrapassar a crise atual", disseram os dois num comunicado conjunto.

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A Itália se apressou e, menos de 24 horas após a renúncia de Silvio Berlusconi, o presidente Giorgio Napolitano pediu a Mario Monti que forme um novo governo. Sua missão será tirar o país do atoleiro econômico que colocou a administração local à beira de um calote e ameaça arrastar toda a Europa para uma profunda recessão. A pressa na troca de comando é justificada pela tentativa de convencer os mercados e os demais líderes europeus de que a Itália se deu conta de seus problemas e pretende enfrentá-los com urgência. "É indispensável recuperar a confiança da Europa e da comunidade internacional", afirmou Napo­­litano.

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Monti é um economista discreto, com convicções liberais e que chega ao principal cargo do país sem ter passado pelo voto. Precisa agora montar seu gabinete, que, especula-se, será pequeno (12 mi­­nistros) e com perfil técnico. For­­mado em economia, o novo premiê deu aula e trabalhou anos na iniciativa privada até ser indicado como comissário europeu, quando cuidou do processo antitruste contra a Microsoft.

O tecnocrata de poucas palavras reforça as definições de que seria, ao menos nas atitudes, a antítese de Berlusconi – o falastrão famoso pelas gafes e pelas festas "bunga bunga", organizadas em sua casa com garotas de programa.

"Pretendo cumprir minha ta­­refa com grande senso de responsabilidade. Em momento de particular dificuldade para a Itália e de turbulência para a Europa e o mundo, nosso país precisa encarar seus desafios", disse Monti.

Por ora, ele tem o apoio dos principais partidos italianos, in­­clusive o Povo da Liberdade, de Berlusconi. Mas há divergências sobre a duração do governo. O presidente Napolitano diz que a grave crise não permite ao país viver as incertezas de uma campanha eleitoral. Prefere manter o calendário de eleições em 2013. O partido Povo da Liberdade quer antecipá-las.

Monti terá de implementar o novo pacote de austeridade que foi aprovado pelo Parlamento na sexta e no sábado.

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Entre as medidas estão aumento do imposto sobre o consumo, congelamento dos salários do setor público até 2014 e elevação da idade mínima para aposentadoria. Além de privatizações. Tu­­do para baixar a dívida, que atingiu 1,9 trilhão de euros (R$ 4,5 tri), ou 121% do PIB.

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