Basra, Iraque O novo primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, declarou ontem estado de emergência por um mês na cidade de Basra, sul do país, prometendo golpear com "mão de aço" as gangues e as feudais facções xiitas que ameaçam as vitais exportações de petróleo.
O envio do Exército para as ruas da segunda maior cidade do Iraque indica a determinação de Maliki de cumprir sua promessa de restaurar a estabilidade no Iraque, 11 dias após seu governo de união nacional assumir o poder.
A tensão aumentou nos últimos meses na região de maioria xiita, onde estão estacionados cerca de 8 mil soldados britânicos, com freqüentes ataques de milícias xiitas contra sunitas.
Maliki denunciou a onda de mortes e seqüestros, que os líderes religiosos sunitas têm atribuído a esquadrões da morte xiitas. "Usaremos a mão de aço contra os líderes das gangues ou os que ameaçarem a segurança", disse ele, aparentemente se referindo tanto às milícias quanto aos grupos tribais rivais. "Também pediremos a todos os departamentos de segurança que criem um plano efetivo e rápido para obter segurança", declarou Maliki a cerca de 700 líderes tribais e religiosos, funcionários do governo local, oficiais do Exército e moradores de Basra, cerca de 550 quilômetros a sudoeste de Bagdá.
A violência prosseguia hoje em todo o país. Um carro-bomba explodiu atingindo uma viatura da polícia na cidade de Mossul, matando pelos menos 5 policiais e ferindo 14. Um ataque com granadas de morteiros na periferia de Bagdá matou 9 pessoas e feriu 17. Jamal Kadhim al-Zamili, ex-governador de Diwaniyah, sul de Bagdá, foi morto em um tiroteio no qual seus dois seguranças também morreram. O âncora de um programa esportivo da TV Al-Iraqiya, Ali Jaafar, de 25 anos, foi morto a tiros em Bagdá.
A polícia iraquiana encontrou 43 corpos com marcas de tortura nas últimas 24 horas em Bagdá. Segundo o Ministério do Interior, a maioria dos corpos com marcas de tiros, olhos vendados e braços atados às costas foi achada no bairro Al Rasafa, de maioria sunita, no leste da capital. Outros quatro corpos foram encontrados em Sadr City e 12 estavam espalhados em locais da cidade, segundo o Ministério do Interior.
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