O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, pediu aos líderes dos países vizinhos, em especial os membros do Mercosul - Brasil, Argentina e Uruguai - que entendam a situação no país e que "fará o maior dos esforços para que isso se normalize".
Em entrevista coletiva, Franco anunciou suas duas primeiras nomeações de ministros, os de Interior e Exterior, cargos que foram para Carmelo Caballero e José Félix Fernández Estigarribia, respectivamente.
"O objetivo é deixar clara a mensagem de que o Paraguai tem um norte que orienta sua política externa, assim como a vontade do novo governo de devolver segurança aos cidadãos", disse Franco.
O mandatário se mostrou surpreso com o processo de impeachment de Fernando Lugo, que durou dois dias, considerado "rápido". "O processo foi um pouco rápido para mim e surpreendeu todos os paraguaios".Antes da coletiva, seis países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) condenaram a entrada do novo presidente: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Venezuela. Nota de repúdio também foi enviada pela Costa Rica.
Juramento
Franco, 49, prestou juramento em meio aos aplausos no Congresso em Assunção, cerca de hora e meia após o Senado paraguaio destituir Lugo por "mau desempenho de suas funções"."O país vive momentos difíceis. Deus e o destino quiseram que eu assumisse a presidência. Fui convencido da causa democrática durante toda a vida. Jurei ratificar e assegurar a Constituição e as leis, com a melhor das intenções e com a ajuda dos senhores [parlamentares]."O mandatário afirmou que conversou com os chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e garantiu o respeito dos tratados políticos e econômicos com a comunidade internacional, além dos direitos humanos, da democracia e das leis nacionais."O Paraguai deve ser construído com a união de todos os setores, todos os partidos políticos e todos os movimentos sociais".
Em referência ao conflito entre polícia e sem-terra, que deixou 17 mortos na última sexta, Franco afirmou que o país "chora a morte de muitos compatriotas" e que a principal meta de seu governo será o desenvolvimento da agricultura familiar. "Precisamos buscar a coesão social, especialmente na questão social do campo. O nosso compromisso, peço-lhes encarecidamente, é facilitar o andamento do desenvolvimento sustentável da agricultura e das reformas sociais".
Aos militares e policiais, classes que tiveram a imagem prejudicada após a crise política, disse que o tratamento será de respeito. "Manteremos a cota de serviço e a tranquilidade de quem se encarregará da segurança do povo paraguaio".
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