Nove pessoas morreram neste sábado em novos protestos contra a queima do Alcorão nos Estados Unidos, um dia depois de sete funcionários da Organização das Nações unidas (ONU) terem sido mortos no pior ataque contra a organização no Afeganistão desde a invasão de 2001.
Os novos protestos tiveram início no centro da cidade de Kandahar, sul do país, e se espalharam por outras localidades, enquanto a polícia entrava em confrontos com multidões que marchavam na direção dos escritórios da ONU e sedes administrativas de províncias, informaram testemunhas.
"Hoje, como resultado das violentas manifestações na cidade de Kandahar, 73 pessoas ficaram feridas e nove foram martirizadas", disse o governo em comunicado.
Os manifestantes danificaram prédios particulares e públicos e atearam fogo a veículos, informou o documento.
A polícia disparou para o ar e tentou evitar que milhares de manifestantes marchassem para os escritórios da ONU e sedes do governo provincial, disse um repórter da agência France Presse que estava no local.
Kandahar é o centro espiritual do Taleban, que tem lutado contra o governo do presidente Hamid Karzai e seu aliados ocidentais desde que foi derrubado pela invasão liderada pelos Estados Unidos.
"Morte à América" e "Morte a Karzai" gritavam os manifestantes. "Eles insultaram nosso Alcorão", gritou um deles.
Um repórter da AFP viu dois corpos sem identificação sendo removidos por manifestantes em Chawk Saheedan, área central onde os protestos tiveram início.
Fumaça era vista em diferentes partes da cidade em razão do fogo ateado a carros e pneus.
Zalmai Ayoubi, porta-voz da administração provincial, disse à AFP que um ônibus e uma escola para meninas também foram incendiados.
Ele disse que "elementos destrutivos penetraram na multidão e tentam fazer com que o protesto se torne violento". Ayoubi disse também que todos os mortos e feridos eram manifestantes. Segundo o governo, 16 pessoas, das quais sete armadas, foram detidas.
O protesto ocorreu um dia depois de sete funcionários da ONU - três europeus e quatro guardas nepaleses - terem sido mortos durante um protesto semelhante na cidade de Mazar-i-Sharif, norte afegão. O Taleban assumiu a responsabilidade pela violência em Mazar-i-Sharif. As informações são da Dow Jones.
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