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crise política

Novo vice-presidente do Paraguai será escolhido pelo Congresso

O novo presidente do Paraguai - Frederico Franco - concede sua primeira coletiva de imprensa como mandatário do país | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
O novo presidente do Paraguai - Frederico Franco - concede sua primeira coletiva de imprensa como mandatário do país (Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo)

Em seu segundo dia como presidente do Paraguai, Federico Franco foi ao Palácio de López cumprir a agenda oficial. Ele se encontrou com o núncio apostólico Eliseo Ariotti. Franco assumiu o poder na noite de sexta-feira após o Senado decidir, por 39 votos a quatro, pelo impeachment de Fernando Lugo.

Na saída do encontro, Ariotti evitou comentar o teor da conversa, dizendo que se manifestará durante uma missa na Catedral de Assunção.

Como foi o vice-presidente quem assumiu o poder, o Congresso paraguaio vai nomear um novo vice para cumprir os meses de mandato restantes. Será o presidente do Congresso, Jorge Oviedo Matto, quem determinará o prazo para a votação do novo nome. Na sexta-feira, o nome do ex-ministro do Tribunal Supremo da Justiça, José Altamirano, foi cogitado como um possível vice. Os parlamentares também cogitariam a possibilidade de um senador assumir o cargo.

Na noite passada, o ex-presidente Lugo foi até a residência presidencial para recolher seus pertences pessoais. Ele permaneceu uma hora e meia na casa e foi embora por uma saída alternativa, carregando algumas sacolas. Lugo passou a primeira noite como presidente destituído em sua casa particular, no bairro de Santo Domingo de Lambaré. Ao chegar, foi recebido com aplausos dos vizinhos.

Na manhã deste sábado, soldados estão na porta de sua casa, mas não há presença de manifestantes, nem da imprensa. As ruas da capital também não registram movimentação atípica, após manifestações contra o impeachment na sexta-feira.

Após uma renúncia em massa dos ministros do governo de Lugo, espera-se que Franco anuncie novas mudanças no gabinete presidencial nas próximas horas. Para comandante da Polícia Nacional, Franco escolheu na noite de sexta-feira Aldo Pastore e, para chanceler, José Félix Fernández Estigarribia.

Ao fazer o juramento como novo ministro do Interior, Carmelo Caballero se comprometeu a investigar a matança das 17 pessoas em Curuguaty na semana passada, fato considerado o estopim para o impeachment de Lugo. Segundo Caballero, a chacina é uma prioridade do novo governo, assim como a segurança interna do país.

Presidente da União Industrial acredita em melhora econômica

O presidente da União Industrial Paraguaia (UIP), Eduardo Felippo, manifestou sua confiança em um país mais organizado, com uma melhora na economia e atração de mais investimentos estrangeiros, com Franco à frente do governo.

"A primeira coisa que me vem à cabeça é: de que Mercosul você está falando?" perguntou, ao ser abordado sobre uma possível expulsão paraguaia do bloco por uma TV local, minimizando as ameaças estrangeiras.

Na sexta-feira, chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) alertaram sobre medidas contra o Paraguai, já que o protocolo do organismo prevê o desligamento de um membro em caso de interrupção no processo democrático. Alguns presidentes, como a argentina Cristina Kirchner e o boliviano Evo Morales usaram inclusive a palavra golpe para se referir ao processo-relâmpago de destituição de Fernando Lugo

Em um comunicado, o governo espanhol disse ter "seguido com atenção" o processo político contra Lugo e observou sua decisão de acatar o impeachment do Congresso. O país europeu disse ainda estar em contato com a Unasul e a OEA para acompanhar a situação do Paraguai.

"A Espanha defende o pleno respeito à institucionalidade democrática e ao estado de direito e confia que o Paraguai, em respeito à sua Constituição e aos compromisso internacionais, consiga superar a atual crise política, assim como garantir a convivência pacífica do povo paraguaio", afirma a nota

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