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Atualizado em 20/07/06 às 13h53

Em entrevista por telefone à GloboNews, o cônsul brasileiro em Beirute, Michael Gepp, disse que uma nova leva de brasileiros deverá embarcar no avião do governo brasileiro no próximo domingo. O avião chegará à Turquia no sábado. Brasileiros que estão no Líbano criticam o governo brasileiro pela demora na retirada. A crise na região já matou pelo menos sete brasileiros, cinco deles de Foz do Iguaçu, na região Oeste do Paraná.

Não são só os brasileiros que estão no Líbano que reclamam do governo. Em Londrina, Norte do Paraná, Najila Slaibi diz que não consegue contato com a Embaixada do Brasil em Beirute e nem com o Itamaraty em Brasília. A assessoria do Itamaraty informou que está recebendo muitas ligações o que pode congestionar as linhas.

Najila busca informações de como trazer para o Brasil a mãe, Zeinab Slaibi, que viajou para o Líbano de férias. Zeinab chegou no país no dia em que começou o conflito. De acordo com a filha, ela deixou o aeroporto de Beirute três horas depois que ele foi bombardeado. Zeinab contou à reportagem do Paraná TV, por telefone, que está num bairro cristão que não foi atingido. Novo vôo para resgatar brasileiros

Como aconteceu com o primeiro grupo, que chegou ao Brasil na segunda-feira passada, o segundo deixará o Líbano de ônibus amanhã - são cerca de 700 pessoas em três ônibus - para, atravessando a Síria, irá até a Turquia, de onde partirão no antigo avião da Presidência da República, conhecido como "Sucatão". Ele tem capacidade para cem passageiros.

Ele esclareceu que não é a embaixada que está cuidando da remoção, e sim o consulado, que funciona num prédio diferente, em outro endereço, distante da sede da embaixada.

Perguntado se o governo não poderia oferecer um avião com capacidade para mais passageiros, ou se o governo não poderia, por exemplo, pagar passagens em vôos comerciais, o cônsul Michael Gepp sugeriu que a pergunta fosse feita em Brasília, ao grupo de trabalho que, no Itamaraty, cuida do caso.

Críticas ao governo brasileiro

Brasileiros que moram no Líbano estão criticando o governo brasileiro pela demora na retirada. A brasileira Amanda Sadim Ghannoum conta ao "Globo Online", por email, que sente medo e vergonha.

- Sou brasileira casada com libanês residente no Líbano. Gostaria de pedir ajuda para todos os brasileiros que estão precisando do governo brasileiro! Quero protestar porque o governo brasileiro não está ajudando o seu cidadão! Ao contrário das embaixadas de todos os países, o Brasil é o único que não faz absolutamente nada! Todos os países estão evacuando cada cidadão dentro do Líbano. A embaixada brasileira apenas informa que por enquanto não pode fazer nada, está esperando o governo tomar uma decisão.

Mesma queixa tem a libanesa naturalizada brasileira Manwa Raja El Bana, que está com o filho, que nasceu no Brasil, em viagem ao Líbano. Falando à GloboNews por telefone, ela disse a mesma coisa sobre a missão diplomática brasileira.

- Falam que eles não podem fazer nada no momento, que o governo não está ajudando, que não tem avião para levar a gente. Não estão fazendo nada.

Outros países que têm cidadãos no Líbano estão usando aviões também, mas navios têm sido o principal meio de transporte para retirar as pessoas que desejam fugir do país. Os americanos alugaram um navio de cruzeiro que retirou, na quarta-feira, 1.100 pessoas.

A Austrália chegou a usar ônibus até a Síria, bem como a Bélgica, a Irlanda e a Índia. Já a Grã-Bretanha tem navios de guerra no porto de Beirute, que, segundo diplomatas e comandantes das operações de evacuação , está congestionado.

A França está usando ferry boats para Chipre. A Suécia usou ferry para a Turquia. E a própria ONU vai retirar funcionários e seus parentes de barco.

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