O número de mortos pelo terremoto que sacudiu a região central da Itália na madrugada desta segunda-feira (6) - noite de domingo, 5, no Brasil - já passa de 100, segundo novo balanço divulgado pelas autoridades regionais.
O tremor atingiu a região de Áquila, área montanhosa a leste de Roma.
A procura por sobreviventes sob os escombros prossegue, e as autoridades temem que mais vítimas sejam encontradas. Mais de 200 réplicas do terremoto foram sentidas, e os moradores temem voltar para suas casas.
O presidente do Parlamento, Gianfranco Fini, disse que cidades inteiras foram destruídas pelo tremor.
Cerca de 50 mil pessoas estão desabrigadas, de acordo com a Defesa Civil. O número de feridos passa de 1.500. Ainda há muitos desaparecidos, segundo as autoridades.
A pequena Áquila, cidade de 60 mil habitantes do estado de Abruzzo, foi a mais atingida. O tremor ocorreu de madrugada, quando a maioria dos habitantes dormia.
Os danos atingiram a maior parte do município. Pelo menos 10 mil imóveis foram danificados. Um albergue de estudantes e algumas igrejas históricas ruíram . Carros foram soterrados pelos escombros, e motoristas demoraram horas para serem resgatados.
"Eu acordei ouvindo um barulho que parecia uma bomba", disse Angela Palumbo, de 87 anos, moradora que estava em uma rua de Áquila. "Conseguimos escapar com as coisas caindo em nosso redor. Tudo estava chacoalhando, os móveis caindo. Não lembro de ter visto nada parecido na vida."
Em Áquila, há o registro da morte de quatro crianças, após o desabamento de uma casa. Uma idosa e outra criança morreram em Fossa, cidade próxima de Áquila, anunciou a TV local.
Estão confirmadas também mortes em Castelnuovo, Poggio Picenze e em Tormintare.
No lugarejo de Onna, dez pessoas morreram, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters.
Milhares de pessoas estão desabrigadas ou desalojadas nas regiões atingidas. Linhas de telefone e eletricidade foram danificadas e cortadas.
Estado de emergência
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que cancelou sua viagem a Moscou e foi para Áquila, disse que o número de feridos supera 1.500. O governo italiano decretou estado de emergência na região de Abruzzo.
Em entrevista, Berlusconi disse que mil barracas serão instaladas para abrigar entre 8 e 10 pessoas cada. Outras 4.000 pessoas serão levadas a hotéis da região.
Durante a entrevista, um leve tremor foi sentido por boa parte dos jornalistas presentes.
Intensidade
As informações sobre a força do tremor de cerca de 30 segundos, que ocorreu às 3h45 desta segunda (22h45 de domingo em Brasília), ainda são confusas. Enquanto parte das agências de notícias estima magnitude de 5,8 graus na escala Richter, outras fontes afirmam que o terremoto chegou a 6,7 graus na mesma escala.
O Centro Nacional de Informações de Terremotos dos Estados Unidos, por exemplo, informou que o terremoto atingiu 6,3 graus na escala aberta de momento, e teve epicentro a 95 km de Roma, a uma profundidade de 10 km, às 3h32 locais (22h13 de Brasília).
O diário italiano "La Repubblica" informa, na sua página na internet, que a magnitude do tremor foi de 6,7 graus, e o epicentro teria sido localizado em Arischia, entre as regiões de Lazio e Abruzzo.
Brasileira sentiu tremor
A brasileira Luisa Gomes Mendonça, de 42 anos, mora em Riano, na província de Roma, e contou ao G1, por telefone, que sentiu o tremor na madrugada. "O cachorro latiu e nós sentimos tudo tremendo. Até saímos na rua para ver o que era". Ela disse que a família do marido mora na região afetada pelo terremoto, mas que estão todos bem.
Ainda não há registro de brasileiros entre as vítimas, diz embaixada
Roma
O forte tremor foi sentido em Roma, onde muito moradores assustados deixaram suas casas para buscar proteção nas ruas, com medo de possíveis desabamentos. Segundo a agência Efe, casas e prédios do centro histórico da capital italiana sofreram pequenos danos.
O último terremoto grave na Itália havia ocorrido em 1980, no sul do país, provocando a morte de 2.700 pessoas.
Repercussão
O papa Bento XVI rezou pelas vítimas, em particular pelas crianças, informou o escritório de imprensa do Vaticano. "O Papa expressa sua dor à população afetada e oferece forações pela vítimas, em particular pelas crianças", diz a nota.
O presidente dos EUA, que está na Turquia encerrando sua visita à Europa, também manifestou sua condolência às vítimas.
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