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Escândalo

Número de vítimas de leite chinês contaminado pode ter dobrado

O número de crianças chinesas intoxicadas com leite contaminado pode ter dobrado desde a última contagem divulgada pelo Ministério da Saúde da China, afirmaram meios de comunicação do país.

Uma autoridade disse nesta quarta-feira (9), porém, que o número de casos do tipo vinha diminuindo.

O governo chinês enfrenta duras críticas devido à venda de leite contaminado pelo produto químico melamina. Em virtude da intoxicação, quatro bebês morreram dentro da China e milhares de outras crianças ficaram doentes. No restante do mundo, produtos fabricados com leite chinês foram retirados do mercado.

O governo não atualizou as cifras divulgadas no dia 12 de setembro, quando disse que 12.892 crianças estavam hospitalizadas, 104 delas em estado grave, e que quase 40 mil havia sido afetadas, mas sem precisar de tratamento.

Reportagens divulgadas por meios de comunicação em todo o país, no entanto, sugerem que o número de crianças afetadas elevou-se para quase 94 mil. A maior parte delas não estaria em estado grave.

Em algumas áreas, a quantidade de diagnósticos positivos disparou no intervalo de apenas alguns dias. No caso mais extremo, a Província de Gansu (noroeste), o número de crianças doentes subiu de 1.695 no dia 19 de setembro para 13.459 uma semana depois, disse a agência de notícias Xinhua.

A área mais atingida é a Província de Henan (região central), com mais de 30 mil casos até o final de setembro. Hebei, vizinha dali, registrou cerca de 16 mil casos. A Província serve de sede para o grupo de laticínios Sanlu, que fabricou o leite contaminado responsável por provocar o escândalo.

Apesar do grande número de casos surgido em todo o país - poucas áreas parecem imunes ao problema -, o governo diz que tudo está sob controle e que verificações recentes não encontraram mais indícios de melamina no leite.

A quantidade de crianças doentes que recorre aos hospitais também vem caindo depois de as notícias sobre o problema terem tomado conta dos meios de comunicação chineses e terem se espalhado pela internet, obrigando os pais a serem mais cuidadosos a respeito da alimentação de seus filhos.

"As reportagens diárias sobre crianças sendo diagnosticadas (com intoxicação) e sendo hospitalizadas estão diminuindo a olhos vistos", afirmou Chen Junshi, pesquisador do Instituto de Nutrição e Segurança dos Alimentos para o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças.

Chen, no entanto, não quis dizer quantas crianças haviam sido contaminadas no total.

"Não estou autorizado a divulgar publicamente os número de crianças doentes", acrescentou em uma entrevista coletiva realizada no Ministério da Saúde.

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