Mesmo se o vulcão islandês Eyjafjallajoekull continuar em erupção pelos próximos dias, as cinzas expelidas não chegarão a interromper o tráfego aéreo da América do Sul. A análise é de Gustavo Escobar, meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"A possibilidade de a nuvem de cinzas mudar sua rota e atingir nosso continente é praticamente nula", sentencia Escobar. "Os ventos na latitude em que se encontra a Islândia sopram do oeste para o leste, levando a nuvem para o Ártico".
O meteorologista ressalta que a dispersão definitiva da nuvem, que causou transtornos em aeroportos de vários países de Europa, depende da atividade do vulcão. "Se não ocorrerem novas erupções, a tendência agora é que a nuvem se disperse. Ela vai se misturar ao ar limpo e perder densidade. E mesmo se o vulcão continuar a trabalhar, em algum momento a nuvem ficará densa a ponto de forçar a ocorrência de chuva. Então as substâncias presentes na fumaça serão "lavadas pela água", explica.
Até ontem, o vulcão seguia em erupção. Porém cientistas perceberam que o Eyjafjallajoekull passou a expelir mais lava e menos cinzas. A lava é importante para impedir que uma nova nuvem de cinzas invada a Europa, causando novos atrasos. Por causa do magma quente, menos água entra em contato com a lava, diminuindo a quantidade de vapor.