Como profissional em turismo tenho sempre muitas oportunidades de estar nos mais variados países do mundo. Nessas viagens, sempre busco conhecer ao máximo a cultura local, tanto para satisfazer minhas necessidades profissionais quanto de conhecimento pessoal. Nunca imaginei, entretanto, estar presente em um país em conflito, especialmente com a população tentando derrubar o seu governante.Tive a oportunidade de conhecer as principais atrações daquele país antes dos conflitos se agravarem e confesso que a primeira imagem das três grandes pirâmides ficarão em minha memória pelo resto da vida, tal qual as imagens da população enfrentando os blindados da polícia a caminho da Praça Tahrir.
A pior coisa de estar em meio aos conflitos é não saber o que de fato está acontecendo e sua real gravidade. Nem mesmo a embaixada brasileira no Cairo respondia aos telefonemas. Essa falta de informações, os protestos e a incerteza de embarcar de volta ao Brasil, ou mesmo de conseguir chegar ao aeroporto, nos deixam em um pânico difícil de explicar.
Àquelas alturas, não existia mais ordem naquele país. Não existia mais "turismo", pois a ausência de telefones celulares e internet impediam qualquer comunicação entre turista e agências de viagens. Estas, por sua vez, impossibilitadas de locomover seus veículos em meio ao caos que se instaurava ou mesmo manter um escritório funcionando.
Eu espero sinceramente que o povo egípcio encontre rapidamente o caminho da paz e da reconstrução, e que em pouco tempo essas maravilhas do mundo antigo estejam reabertas ao turismo, pois assim que o Egito voltar a ser um local seguro a se visitar. Certamente, os turistas voltarão também.