Antes da entrada de McCain, um político local sobe no palco do Nationwide Arena, casa do time de hockey de Columbus, os Blue Jackets. Respeitando devidamente o pedido do cartaz de divulgação do evento, a platéia veste vermelho cor associada aos republicanos.
O homem no palco começa a falar: "Há quatro anos, vocês partiram o coração de todos os esquerdistas na América. Vocês partiram o coração de George Soros. Vocês partiram o coração do The New York Times. Vocês partiram o coração de Hollywood.
Na próxima terça-feira, vocês podem surpreender de novo", diz ele. O discurso é uma referência ao resultado da eleição de 2004, quando 60 mil eleitores de Ohio acabaram decidindo a disputa em favor de Bush. Tivessem votado em Kerry, ele teria sido o eleito.
O show continua. O locutor anuncia os vencedores do concurso de fantasia. Um pequeno John McCain de peruca branca e uma hockey mom de tailer vermelho e cabelo à moda Palin sobem ao palco.
Depois vem música country gospel.
O hino nacional. A arquibancada se agita. Faz a "ola". "U.S.A, U.S.A, U.S.A", gritam em coro.
Quando o Straight Talk Express o ônibus de MccCain entra no ginásio, a platéia vai a loucura.
É como se o time de hockey tivesse feito um gol. Mas é política.
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A questão legal
A advogada Sarah Cherry, analista do Centro de Legislação Eleitoral da Universidade de Ohio, engrossa o coro de quem acredita que a disputa presidencial no estado, dependendo de como for a apuração na terça-feira, pode acabar sendo decidida na canetada de um juíz. Aqui, muito se fala da atuação de Jennifer Brunner, secretária do estado de Ohio, responsável por fiscalizar o registro de novos eleitores. O cargo é uma indicação política, e ela é assumidamente democrata. Se isso está prejudicando seu desempenho? Para Cherry, que não revela o voto, não. "Pode-se ter uma idéia de que ela está fazendo um bom trabalho pelo fato de ela estar sendo processada pelos dois lados, tanto por republicanos quanto por democratas".
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Barrados no baile
A campanha de Barack Obama retirou as credenciais de três jornais que acompanhavam o candidato em suas viagens de avião. Coincidentemente, os três veículos NY Post, Washington Times e Dallas Morning News declararam apoio em seus editoriais ao republicano John McCain. Segundo o Drudge Report, o mais famoso site de direita dos EUA, a medida foi tomada para acomodar "membros mais amigáveis da imprensa" nos últimos três dias de campanha, incluindo duas publicações voltadas para o público negro. Nas estações de rádio AM, conhecidas pelo conservadorismo, o dia foi tomado pela notícia. Segue a reação de um apresentador absurda, mas verdade: "É um exemplo do totalitarismo deste marxista amigo de terroristas que pode se eleger presidente. O que está acontecendo com a América?".