Hobsbawm foi membro fundador do Grupo de Historiadores do Partido Comunista, junto com Christopher Hill, Raphael Samuel e EP Thompson, mas enquanto seus companheiros decidiram abandonar o partido nos anos 50 e 60, ele decidiu continuar membro, e tal decisão tem levantado perguntas um tanto quanto esquisitas desde então. Por que, após a revelação das câmaras de tortura de Stalin e eventos na Hungria e em Praga, ele não abandonou a organização que obedecia a Moscou? A publicação de A Era de Extremos esquentou ainda mais a controvérsia quando Hobsbawn, em um jornal televisivo noturno da BBC2 (rede de tevê britânica), afirmou que 20 milhões de mortes justificavam a utopia comunista. Esta declaração foi mais tarde descrita como "desgraçada" por Martin Amis no livro Koba the dread e foram publicados artigos que metralhavam Hobsbawm, o colocando como "Professor Stalin".
O historiador sofreu muito para esclarecer sua opinião. "Eu não consigo conceber como o que eu disse possa ter sido considerado uma defesa aos atos de Stalin", se defende. Ele também enfatiza que o comunismo sempre foi muito mais que o stalinismo, e tomou formas diferentes ao redor do mundo como, de acordo com ele, na Espanha, Itália, América do Sul e África do Sul.
Quase duas décadas já se passaram desde o fim da União Soviética, e Hobsbawm está agora menos teimoso com esta controvérsia. Como é impossível afastá-lo do partido devido às suas visões, ele foi transformando em algo como um "Companheiro de Honra". Hobsbawm não se considera mais um comunista, uma vez que "o comunismo não está mais no roteiro do programa político", mas ele ainda se mantém firme na defesa para que não transformem o comunismo em "uma patologia política ou um pecado":
Uma das coisas de que o historiador não consegue se livrar é o "hábito que teve a vida inteira" de querer "persuadir assim como esclarecer". Hobsbawm encoraja a necessidade continua de uma ação coletiva e exige que as sociedades devam ser organizadas para o benefício de todos, não apenas dos que acham o sucesso facilmente. Ao entrar em sua 10.ª década de existência, ele reitera a injunção gritante com a qual finaliza seu livro de memórias: "Não deixe que baixemos as armas, mesmo em tempos de insatisfação. A injustiça social ainda precisa ser denunciada e combatida. O mundo não vai ficar melhor sem ajuda".