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Eleições nos EUA

Obama aceita formalmente indicação democrata para concorrer à Presidência

Obama discursou para mais de 75 mil pessoas, em Denver: reativação da economia e restauração da liderança moral da nação foram promessas do democrata | Mike Segar / Reuters
Obama discursou para mais de 75 mil pessoas, em Denver: reativação da economia e restauração da liderança moral da nação foram promessas do democrata (Foto: Mike Segar / Reuters)

Em um discurso para mais de 75 mil pessoas reunidas no encerramento da Convenção do Partido Democrata dos Estados Unidos, Barack Obama aceitou formalmente nesta quinta-feira (28) a indicação do partido para concorrer à presidência do país. s Estados Unidos, com "muita gratidão e grande humildade", na abertura de seu discurso para milhares de pessoas reunidas em Denver.

"Com uma profunda gratidão e uma grande humildade, eu aceito a nomeação para (concorrer) a presidência dos Estados Unidos", disse, na abertura do seu discurso.

O candidato começou agradecendo o apoio de sua adversária nas primárias democratas, Hillary Clinton, do ex-presidente Bill Clinton e do senador Ted Kennedy. Hillary e Bill Clinton, que bateram duro em Obama durante as primárias, fizeram apelos vêementes pela união dos democratas em torno do senador, em seus discursos na Convenção do partido.

"Esse momento - essa eleição - é nossa chance de manter vivo, no século 21, o sonho americano. Nós enfrentamos um desses momentos definidores - um momento em que nossa nação está em guerra, nossa economia está em turbulência, e o sonho americano foi ameaçado mais uma vez".

É o sonho americano "que sempre fez desse país um país diferente dos outros".

"Se trabalharmos duro e fizermos sacrifícios, cada um de nós poderá atingir seu sonho e, além disso, unir-se à grande família americana para garantir que a próxima geração possa, por sua vez, perseguir esse sonho".

"É por isso que eu estou aqui esta noite. Porque, há 232 anos (em relação à independência dos EUA), a cada vez que esse sonho é ameaçado, homens e mulheres comuns, estudantes e soldados, agricultores e professores, enfermeiras e garis encontram a coragem de manter esse sonho vivo".

Ataques

Em um discurso com muitos ataques ao governo republicano de George W. Bush e ao candidato John McCain, Obama garantiu que "como comandante-em-chefe, nunca hesitarei em defender esta nação, mas enviarei nossas tropas para arriscar suas vidas apenas para uma missão clara e com o compromisso sagrado de lhes fornecer o equipamento de que necessitam para lutar e o cuidado e benefícios que merecem quando voltarem para casa".

"Estamos aqui porque amamos muito esse país para deixar que os próximos quatro anos pareçam com os últimos oito. No dia 4 de novembro, temos de nos levantar e dizer 'oito, chega!' (em um jogo de palavras sobre o título de uma popular série de TV do início dos anos de 1980)".

"Oh, América, nós somos melhores do que o que aconteceu nesses últimos oito anos. Somos um país melhor do que isso", disse Obama sobre o governo de George W. Bush.

Obama lembrou que seu adversário republicano, John McCain, votou (no Congresso) com George W. Bush 90% do tempo. O senador McCain gosta muito de falar de julgamento, mas, de fato, qual é o juízo de alguém que acha que Bush tem razão em mais de 90% das vezes? Eu não sei quanto a vocês, mas eu não estou pronto para lhe dar 10%".

"Não acho que o senador McCain não se importe com o que acontece na vida dos americanos. Penso simplesmente que ele não faz idéia. Senão, porque definiria a classe média como os que ganham menos de cinco milhões de dólares por ano?" - perguntou Obama.

Sonho

A noite escolhida para a festa foi uma forma de os democratas fazerem homenagem a Martin Luther King na data do aniversário do famoso discurso "Eu Tenho um Sonho". Há 45 anos, o reverendo Martin Luther King, perante uma multidão de 250 mil pessoas reunidas em Washington, pronunciou as frases que ficaram marcadas na doutrina contra o segregacionismo racial. O ato de encerramento da convenção contou com uma série de discursos relembrando a história.

O homem que sacrificou sua vida para defender os direitos cívicos estaria "orgulhoso" de Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira seu filho mais velho, Martin Luther King III.

"Pouco antes de subir no palco, pensei em como meu pai teria ficado orgulhoso. Orgulhoso de Barack Obama, orgulhoso do partido que o designou e orgulhoso da América que vai elegê-lo", declarou Martin Luther King III às 75.000 pessoas reunidas no Ivesco Stadium de Denver, a espera do candidato democrata à Casa Branca.

Um dos principais oradores da noite, o ex-presidente Al Gore relembrou a eleição que ele perdeu oito anos antes e pendiu que a oportunidade de eleger Barack Obama fosse aproveitada nas eleições de novembro.

Oportunidade

"Um dos maiores presentes da nossa democracia é a oportunidade que temos a cada quatro anos de mudar de direção. Não é garantia, é apenas uma oportunidade. A pergunta é simples: vamos aproveitar essa oportunidade para mudar?", declarou.

"Há oito anos, alguns diziam que não havia muita diferença entre os dois candidatos dos dois grandes partidos, e que pouco importava quem seria o presidente. Hoje, duvido que alguém diga isso", afirmou o ex-vice-presidente, enumerando os diversos "fracassos" do governo Bush: a situação no Iraque, Osama bin Laden em liberdade, país à beira da recessão, liberdades individuais ameaçadas, agravamento do aquecimento global.

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