O presidente Barack Obama apresentou nesta terça-feira (23) um esperado plano para fechar o polêmico centro de detenção militar de Guantánamo, indicando que a prisão contraria a segurança nacional e os valores do país. “Trata-se de encerrar um capítulo em nossa história (...) e reflete as lições que aprendemos desde o 11 de setembro e que devem guiar nosso país no futuro”, declarou Obama na Casa Branca.
“Quando está claro que algo não funciona e não melhora nossa segurança, devemos mudar de caminho”, acrescentou Obama, convocando o Congresso, controlado pela oposição republicana, a analisar sua proposta com “justiça, inclusive em um ano eleitoral”.
“Há muitos anos ficou claro que o centro de detenção de Guantánamo não melhora nossa segurança nacional. Ele a enfraquece”, declarou.
A Casa Branca identificou 13 possíveis instalações nos Estados Unidos para onde alguns dos prisioneiros - os considerados muito perigosos para serem soltos - atualmente detidos em Guantánamo poderiam ser transferidos.
Um total de 91 suspeitos de terrorismo permanecem detidos nesta prisão localizada em uma base militar americana no sudeste de Cuba, que em seu auge abrigou 700 réus e que se converteu em um sinônimo de tortura e detenção indefinida.
Segundo o plano, 35 prisioneiros já foram autorizados a ser enviados a outros países nos próximos meses. Outro grupo, entre 30 e 60, seriam transferidos às instalações em solo americano, sob custódia do Departamento de Defesa.
Obama reconheceu os temores de alguns americanos, mas garantiu que o plano permitirá “garantir nossa segurança, manter nossos valores no mundo e economizar muito dinheiro no processo”.
O plano foi apresentado nesta terça-feira ao Congresso, onde o Partido Republicano, que controla as duas Câmaras, proibiu a transferência destes detidos aos Estados Unidos, argumentando questões de segurança.
A Casa Branca não nomeou as instalações, mas apresentou os custos estimados do plano, uma última tentativa de Obama de honrar uma antiga promessa de campanha antes de deixar seu cargo, em menos de um ano.
Um total de US$ 80 milhões seriam economizados anualmente pelo governo americano em comparação com os custos de manter aberta a prisão de Guantánamo, segundo a iniciativa.
“Se como país não assumirmos isso agora, quando faremos? Deixaremos que persista por outros 15, 20 ou 30 anos?”, se perguntou o presidente sobre a prisão militar aberta em 2002 por seu antecessor George W. Bush após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
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