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Transição

Obama confirma nomeação de Hillary Clinton como secretária de Estado

Hillary Clinton vai assumir o posto de secretária de Estado no governo Barack Obama | JOHN GRESS/REUTERS
Hillary Clinton vai assumir o posto de secretária de Estado no governo Barack Obama (Foto: JOHN GRESS/REUTERS)

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira (1) a nomeação da senadora Hillary Clinton como secretária de Estado, principal cargo da diplomacia norte-americana.

A nomeação dela e de outros membros da equipe de Segurança do futuro governo foi confirmada em comunicado seguido de entrevista coletiva em Chicago, quartel-general da equipe de transição.

"Há muito a fazer, de evitar a proliferação de armas nucleares no Irã e na Coréia do Norte, passando por buscar uma paz duradoura entre Israel e os palestinos, até fortalecer as instituições internacionais", disse Obama ao apresentar Hillary.

Após a nomeação, a ex-primeira-dama assegurou que "dará tudo de si" no cargo.

Hillary, senadora por Nova York e ex-rival de Obama durante as acirradas prévias do Partido Democrata neste ano, vai substituir Condoleezza Rice. Ela será a terceira mulher a ocupar o cargo, que já havia sido ocupado por Madeleine Albright.

Nesta segunda, antes da confirmação da nomeação de Hillary, Rice elogiou sua sucessora.

Segundo Rice, Hillary vai trazer "energia, intelecto e habilidade" para o cargo, e, sobretudo, "um grande amor pelos Estados Unidos e seus valores".

Nova missão para Gates

Obama também pediu que Robert Gates permaneça à frente do Departamento de Defesa, em uma mostra de que vai cumprir sua promessa de chamar republicanos para postos-chave da futura administração.

Segundo o presidente eleito, Gates aceitou o convite e terá uma nova missão: terminar a guerra no Iraque "de maneira responsável" e devolver o controle do país aos iraquianos.

Obama disse acreditar que as tropas dos EUA, podem deixar o Iraque em 16 meses depois da sua posse, mas que ainda ouviria conselhos dos comandantes militares sobre o tema.

"Também vamos assegurar que teremos a estratégia - e os recursos - para triunfar contra a al-Qaeda e o Taleban", disse Obama na entrevista.

"Não podemos tolerar um mundo em que inocentes são mortos por extremistas baseados em ideologias desviadas", afirmou.

O democrata também manifestou apoio à Índia, após os atentados da quarta-feira passada que deixaram 195 mortos na cidade de Mumbai.

"Minha administração vai apoiar firmemente os esforços da Índia para capturar os perpetradores desse terrível ato e levá-los à Justiça. E espero que a counidade internacional tenha o mesmo sentimento."

Obama também falou em investir nas Forças Armadas. "E, adiante, vamos continuar fazendo os investimentos necessários para fortalecer nossas Forças Armadas e aumentar nossas forças para vencer as ameaças do século XXI."

Em comunicado, Obama também anunciou a nomeação de Janet Napolitano, governadora do Arizona, para secretária de Segurança Interna, e de Eric Holder para secretário da Justiça. O general aposentado James Jones, ex-chefe da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), será conselheiro de Segurança Nacional, e Susan Rice será a embaixadora do país nas Nações Unidas.

Obama, que assume em 20 de janeiro de 2009, prometeu ser mais "inclusivo" em seu governo e disse que tem uma visão para "renovar" a liderança norte-americana no cenário internacional depois de oito anos da administração Bush.

"A equipe que nós juntamos aqui hoje é especialmente apropriada para o que queremos", disse Obama no comunicado. "Eles compartilham meu pragmatismo sobre o uso do poder, e meu senso de propósito sobre o papel dos EUA como líder mundial."

Acordo

A nomeação de Hillary ocorreu depois que ex-presidente americano Bill Clinton, que governou os Estados Unidos de 1993 a 2001, entregou à equipe de transição de Obama uma lista com os nomes de indivíduos e organizações que, desde 1997, fizeram doações à Fundação Bill Clinton, informou neste domingo (30) o jornal "The New York Times", que citou fontes democratas.

O acordo com o presidente eleito também estabelece que a lista deve se tornar pública antes do fim do ano. O documento se dividirá em várias categorias, com informação geral das contribuições, sem apresentar o valor exato em dólares.

Obama, que assume em 20 de janeiro de 2009, vem fazendo entrevistas e pesquisando ao máximo a vida pregressa de cada integrante que pode formar a sua equipe, para evitar denúncias e conflitos de interesse.

Bill Clinton também terá que divulgar os nomes de qualquer futuro doador enquanto sua mulher estiver no gabinete do próximo governo dos EUA.

Até o momento, o ex-presidente manteve em segredo os nomes dos doadores amparado por uma lei federal, mas agora decidiu publicar a lista para evitar possíveis conflitos de interesses de sua atividade com as futuras obrigações de Hillary como secretária de Estado.

A publicação da lista de doadores faz parte de nove condições estabelecidas no acordo que Bill Clinton negociou em conversas com representantes de Obama e todas vão além das obrigações que a lei estabelece, segundo as fontes.

Em virtude do acordo, o ex-presidente também separará a atividade de sua Iniciativa Global Clinton (IGC, na sigla em inglês) da de sua fundação para reduzir seu envolvimento direto nela, de acordo com o "New York Times".

A IGC, que luta contra doenças, pobreza e mudança climática, já não poderá organizar reuniões anuais no exterior nem aceitar novas doações de governos estrangeiros.

Por outro lado, o Departamento de Estado e a Casa Branca poderão revisar os discursos e as atividades empresariais do ex-presidente americano.

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