Em um dos discursos mais esperados da semana, o presidente americano, Barack Obama, encerrou a 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, na tarde deste domingo (19), prometendo uma nova era de cooperação com a América Latina, que se estenda além da tradicional colaboração militar ou contra o tráfico de drogas. O líder destacou que o encontro entre as autoridades serviu para estabelecer uma nova etapa de respeito aos países soberanos e democráticos do hemisfério, apesar das divergências de opiniões.
Obama disse que os EUA viram "potenciais sinais positivos" nos últimos dias nas relações com Cuba e Venezuela. No fim da tarde de sábado , o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que designou seu representante na Organização dos Estados Americanos como o novo embaixador de Caracas em Washington, um passo a frente com a intenção de normalizar as fragilizadas relações entre os dois países. O anúncio se produziu poucas horas depois que o mandatário venezuelano disse não ter dúvidas de que o vínculo entre Caracas e Washington melhorará com a administração do presidente americano Barack Obama, após um período de fortes tensões diplomáticas.
De todos os países do continente americano, o único a ser excluído dos debates foi Cuba, cuja ausência foi fortemente criticada por inúmeras autoridades. Uma delas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a definir como uma "anomalia" o fato de Cuba não haver sido convidada para a Cúpula das Américas. A ilha caribenha está fora da Organização dos Estados Americanos (OEA) desde o ano de 1962. A suspensão foi imposta pela própria entidade, sob pressão dos Estados Unidos, depois que o regime de Havana declarou seu alinhamento à União Soviética.
Em um comunicado oficial, o governo americano afirmou que todos os países que participaram do encontro puseram-se de acordo quanto à necessidade de cooperar para fazer frente à crise econômica internacional. A Casa Branca indicou que o encontro multilateral serviu também para que os presidentes do continente expressassem a disposição de "reforçar seus esforços para reduzir a desigualdade, promover a segurança alimentar e melhorar a saúde e a educação".
"Durante os últimos três dias, os líderes da cúpula demonstraram seu compromisso com a promoção da prosperidade humana", diz o texto.
Quanto à participação do presidente Barack Obama, o documento sustenta que "ele aproveitou a primeira reunião com muitos de seus homólogos na região para iniciar um novo tipo de vínculo com os países do hemisfério e forjar estratégias para enfrentar os desafios comuns".
Tais desafios, prossegue a nota, são "a crise econômica, nosso futuro em matéria de energia e clima, e a segurança pública". "Em um espírito de cooperação, os líderes se comprometeram a formular estratégias para promover o acesso de nossos povos à energia limpa, segura, eficiente e viável financeiramente, sobretudo aos setores mais pobres", enfatiza o comunicado.