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Desastre ambiental

Obama dá carta branca a grupo que investiga vazamento

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que a comissão criada por ele investigue o vazamento de petróleo no Golfo do México. "Eles (membros da comissão) têm meu total apoio para seguir os fatos, independentemente de onde eles levem", disse Obama ao sair de uma reunião na Casa Branca com os presidentes da Comissão Nacional sobre o vazamento. Obama lembrou que, se a lei foi desrespeitada, a justiça será feita. Ele também disse que o governo federal está monitorando a situação.

Ainda assim, cresce a frustração popular nos EUA sobre a resposta do governo ao acidente, e investidores amargam perdas de bilhões de dólares em valor de mercado da British Petroleum (BP) por causa do fracasso das medidas para estancar o vazamento realizadas no final de semana. Obama disse que, em seis meses, a comissão fará um relatório sobre as causas do vazamento, a resposta do governo e quais mudanças serão necessárias nas regulamentações de exploração de petróleo para evitar que o desastre se repita.

"Somente após isso, nós poderemos ter certeza de que a exploração em águas profundas pode ser feita de forma segura", defendeu, após lembrar que ele determinou a interrupção das perfurações em águas profundas no Golfo do México por seis meses período no qual as investigações da comissão devem ser encerradas. Ele afirmou ainda ter pedido a realização de audiências sobre o desastre com funcionários das petroleiras BP, da Halliburton e da Transocean. Antes disso, Obama havia criticado as três empresas por terem incriminado umas às outras durante audiências no Congresso sobre o desastre.

Investigação e crise

A direção da comissão que avalia o vazamento é formada pelo senador Bob Graham e pelo ex-administrador da Agência de Proteção Ambiental William Reilly. Obama disse que vai nomear outros quatro integrantes para o painel em breve. Obama disse que a comissão é necessária para ajudar a compreender o que causou a catástrofe, que até agora já vazou mais petróleo na costa da Louisiana do que o navio Exxon Valdez em 1989 no Alasca.

Obama viajou para a Louisiana na sexta-feira para analisar o desastre e os esforços de limpeza do governo federal em meio às crescentes críticas de que o governo não está fazendo o suficiente. Obama disse no final de semana que está indignado com o fato de que o poço continue vazando cerca de meio milhão de galões de petróleo por dia e que as tentativas de estancar o vazamento continuem a fracassar.

Uma nova manobra que a BP está realizando nesta terça-feira nunca foi tentada antes em tal profundidade e Obama advertiu no final de semana de que a nova ação será difícil e levará vários dias. A frustração das pessoas sobre o desastre parece aumentar diariamente, apesar das declarações do governo de que os melhores profissionais da BP estão trabalhando para resolver a crise.

O governo Obama tem realizado uma abordagem dura em relação à BP e, no final de semana, autoridades entraram em confronto com a gigante britânica do setor de petróleo. Funcionários do governo disseram que a última tentativa de interromper o vazamento, que envolve a colocação de uma grande tampa no poço e o redirecionamento do fluxo, poderia aumentar temporariamente o vazamento em 20%, apesar das informações da BP de que a ação apresentava riscos pequenos. As informações são da Dow Jones.

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