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Obama diz que EUA vão retirar tropas do Iraque até o fim do ano

Obama fez essa declaração após uma videoconferência com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki | REUTERS/Joshua Roberts
Obama fez essa declaração após uma videoconferência com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki (Foto: REUTERS/Joshua Roberts)

O presidente Barack Obama anunciou nesta sexta-feira (21) a retirada até o final de 2011 dos 39.000 soldados americanos que restam no Iraque, pondo fim a uma invasão de quase nove anos, iniciada por seu antecessor George W. Bush em março de 2003.

"Hoje posso dizer que, como foi prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltará para casa no final do ano. Depois de quase nove anos, a guerra dos Estados Unidos no Iraque terá terminado", disse Obama na Casa Branca.

Obama fez o anúncio depois de conversar por videoconferência com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, e após o fracasso das negociações entre as duas partes para chegar a um acordo sobre a manutenção de um pequeno número de tropas no Iraque depois do final de ano.

"Os pontos de vista dos dois líderes eram idênticos a respeito da necessidade de iniciar uma nova fase das relações estratégicas, depois de concluída a retirada (das tropas americanas) em uma data precisa no final do ano", afirmou Maliki, segundo uma declaração divulgada por seu gabinete.

A data da retirada das tropas já havia sido decidida em 2008 por ambos os países, mas Bagdá se recusava a conceder imunidade legal para o pequeno contingente de soldados americanos que permaneceria no país para ajudar a treinar as forças iraquianas e contrabalançar a influência do Irã.

Esse ponto era "um obstáculo maior" nas negociações, reconheceu na segunda-feira um alto oficial do Pentágono.

O líder radical xiita iraquiano Moqtada al-Sadr considerou aceitável na quarta-feira que os instrutores militares americanos permaneçam no Iraque depois do final do ano sob a condição de que as tropas americanas se retirem completamente e que Washington pague uma "indenização" ao país.

O anúncio de Obama foi feito no dia seguinte à "desativação" da divisão norte do aparato americano no Iraque, centro do conflito entre as autoridades centrais do país e as da região autônoma do Curdistão.

Esse conflito é apresentado com frequência por Washington como um dos principais riscos para a estabilidade do Iraque a longo prazo, por causa da influência do Irã nessa região, também de maioria xiita.

Os Estados Unidos ainda contam com 18 bases no país e Obama anunciou que havia convidado Maliki a visitar a Casa Branca em dezembro, quando ambas as partes voltam a manter relações normais entre duas nações soberanas.

Obama lembrou que fez campanha em 2008 contra a intervenção de seu país no Iraque. Depois enviou dezenas de milhares de tropas como reforço ao Afeganistão, parte das quais se preparam para deixar o país na transferência das tarefas de segurança para as forças afegãs.

"Os Estados Unidos estão em uma posição de força. A longa guerra no Iraque chegará ao seu fim no final deste ano. A transição no Afeganistão está avançando e nossas tropas finalmente estão voltando para casa", disse Obama.

"Apoio plenamente o presidente" disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, depois do anúncio do presidente. Referindo-se também a uma eventual ameaça de Teerã, Reid afirmou que os iranianos "deveriam saber que a primavera que atingiu essa região do mundo está a ponto de antingi-los também".

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