Os pré-candidatos democratas à Presidência dos EUA Barack Obama e Hillary Clinton tiveram na quinta-feira mais um embate por questões de política externa, desta vez a respeito do uso de armas nucleares.
Obama descartou o uso de armas atômicas para atacar alvos da Al Qaeda ou do Taliban no Afeganistão e no Paquistão, o que levou Hillary a declarar que presidentes nunca tiram a opção nuclear sobre a mesa. Novamente, ela procurou lançar dúvidas sobre a experiência do senador para ocupar a Presidência.
Ele fez as declarações a um jornalista após um evento no Capitólio, e sua assessora Jen Psaki confirmou o teor da frase. "Sua posição não poderia ser mais clara. Ele não consideraria usar armas nucleares para combater alvos terroristas no Afeganistão e no Paquistão."
Na véspera, Obama declarara estar disposto a atacar alvos da Al Qaeda dentro do Paquistão mesmo que sem a aprovação do governo de lá. Ele recorreu a esse tom duro depois de Hillary acusá-lo de ser ingênuo e irresponsável por declarar em um debate na semana passada que estaria disposto a se encontrar sem precondições com os líderes de países hostis aos EUA --Irã, Cuba, Síria, Coréia do Norte e Venezuela-- em seu primeiro ano de mandato.
Hillary disse que só encontraria esses líderes depois que houvesse resultados de uma cuidadosa diplomacia de escalões inferiores. Obama disse que sua adversária representa o pensamento convencional, condizente com o governo Bush, que na opinião dele é incapaz de provocar as mudanças fundamentais que os norte-americanos precisam.
A senadora e ex-primeira-dama aproveitou uma entrevista coletiva no Congresso para comentar as declarações de Obama sobre armas nucleares.
"Acho que presidentes devem ser muito cuidadosos todas as vezes que discutirem o uso, ou não-uso, de armas nucleares", disse ela.
Hillary e Obama aparecem nas pesquisas como os principais candidatos à vaga democrata. Caso um dos dois chegue à Casa Branca, será a primeira mulher ou o primeiro negro a governar os EUA.
Obama se destaca na arrecadação de fundos para a campanha eleitoral, enquanto Hillary aparece com mais força nas pesquisas --40 a 21 por cento, segundo o novo levantamento do Pew Research Center.
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