Os Estados Unidos pediram o cessar-fogo "imediato" na Ucrânia para garantir o acesso "seguro" ao local, no leste do país, onde caiu um avião com 298 passageiros e facilitar assim a recuperação dos corpos.
"Pedimos a todas as partes envolvidas, a Rússia, os separatistas pró-russos e a Ucrânia, que apoiem um cessar-fogo imediato", afirmou em comunicado o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
A chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, também pediu nesta sexta-feira (18) um cessar-fogo na Ucrânia para facilitar a investigação sobre a queda do avião de passageiros malaio em uma área do país controlada por separatistas pró-Rússia.
"O importante agora é realizar uma investigação independente o mais rápido possível. Para isto, um cessar-fogo é necessário e isto é crucial para que os responsáveis (pela tragédia) sejam levados à justiça", disse Merkel.
Os rebeldes pró-Rússia concordaram em permitir o acesso dos investigadores ao local, sem obstáculos, anunciou a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
Earnest antecipou que Washington trabalhará com os países envolvidos e seus parceiros nas organizações internacionais "nas próximas horas e dias" para determinar o melhor caminho a ser seguido.
O porta-voz insistiu que "é vital" não manipular nenhuma prova e que "todas as evidências potenciais e os destroços no local do acidente permaneçam intactos".
Também declarou que, mesmo antes de ter acesso a todas as provas, está claro que o acidente aconteceu no contexto de uma crise na Ucrânia "encorajada pelo apoio russo aos separatistas, inclusive através do fornecimento de armas, equipamentos e treinamento".
O Boeing-777 de Malaysia Airlines caiu na região leste de Donetsk, cenário de combates entre as forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos, que logo após o incidente trocaram acusações pela queda da aeronave.
Derrubado
Os serviços de inteligência dos EUA consideram que o avião foi atingido por um míssil terra-ar, mas não puderam confirmar ainda a origem do projétil que derrubou a aeronave, segundo fontes de inteligência citadas pela emissora CNN e pelo jornal The Washington Post.
"Não foi um acidente, [o avião] explodiu no céu", disse o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, durante um discurso nesta quinta-feira em Detroit, no Estado americano do Michigan.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu na quinta-feira (17) uma investigação "rápida" e "sem obstáculos" sobre a queda do avião.
O presidente russo, Vladimir Putin, também disse nesta sexta-feira que a catástrofe requer uma investigação "exaustiva e objetiva".
Segundo o Kremlin, o presidente afirmou que o incidente revela a necessidade de uma solução pacífica e rápida para o conflito no leste da Ucrânia.
"O chefe de Estado russo ressaltou que a tragédia ocorrida demonstra mais uma vez a necessidade para que se chegue, o mais rápido possível, a uma solução pacífica da grave crise na Ucrânia, e destacou que é necessária uma investigação exaustiva e objetiva sobre as circunstâncias da catástrofe", informou o Kremlin em comunicado.
Putin também expressou suas condolências ao primeiro-ministro da Holanda, já que a maior parte dos quase 300 passageiros do avião da Malaysia Airlines que fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur eram holandeses.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, acusou a Rússia diretamente nesta sexta. "Os russos foram longe demais. É um crime internacional cujos responsáveis devem ser julgados em Haia", afirmou.