O presidente dos EUA, Barack Obama, elogiou nesta quarta-feira um acordo no Senado para aprovar a criação de uma forma pública de seguro-saúde, e disse que isso abre caminho para a aprovação de uma abrangente reforma do setor.
Após quatro dias de discussões a portas fechadas, os negociadores do Senado decidiram na noite de terça-feira substituir a ideia do seguro-saúde estatal por uma abordagem não-lucrativa, mas com seguradoras particulares, o que potencialmente remove o maior empecilho à aprovação da reforma da saúde.
"O Senado fez um progresso crítico ontem à noite, com um novo marco criativo que eu acredito que ajudará a pavimentar o caminho para a passagem final e para um feito histórico", disse Obama em um evento com líderes parlamentares.
"Apoio este esforço, especialmente porque ele se destina a aumentar a escolha e a competição e a reduzir os custos (dos planos de saúde)," acrescentou.
As ações dos planos de saúde inicialmente subiram com a expectativa de que o Senado abandone a ideia do plano estatal, mas depois reverteram essa alta, conforme o mercado foi avaliando os detalhes da nova proposta.
O acordo prevê que o Escritório de Gestão de Pessoal do governo federal negocie com seguradoras para oferecer nacionalmente planos sem fins lucrativos, semelhantes aos seguros-saúde já disponíveis para os servidores públicos federais.
Negociadores liberais do Senado, que apoiavam a proposta da opção pública como forma de criar mais competição entre os planos privados, aceitaram abandonar a ideia em troca de permitir que pessoas de 55 a 64 anos entrem para o plano Medicare, que atualmente só atende pessoas a partir dos 65 anos.
O acordo também prevê que as seguradoras terão de gastar 90 por cento do faturamento em serviços médicos, o que reduz seus lucros.
Todas as propostas foram remetidas ao Escritório Orçamentário do Congresso, que fará estimativas de custos, possivelmente dentro de cinco dias. Em seguida, o líder democrata no Senado, Harry Reid, decidirá quais partes continuarão tramitando.
Com o acordo, ficará mais fácil para a liderança democrata cumprir o prazo que impôs a si mesma de aprovar até o final do ano a sua versão da reforma da saúde, que posteriormente terá de ser conciliada com a versão aprovada em 7 de novembro pela Câmara.
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