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O governo americano pediu que o Brasil use sua embaixada na Coreia do Norte para pressionar o país asiático em termos de direitos humanos e na solução da questão nuclear. O apelo é do enviado especial dos Estados Unidos para a questão de direitos humanos na Coreia do Norte, Robert King, que aponta que a representação não deveria ser usada apenas para promover o comércio bilateral.

O Brasil é um dos poucos países democráticos a ter uma embaixada na capital norte-coreana, aberta há menos de um ano. "Esperamos que o Brasil use sua embaixada em Pyongyang para fazer avançar a causa dos direitos humanos e da questão nuclear com os norte-coreanos", afirmou Robert King, em uma coletiva de imprensa na sede da ONU em Genebra.

O governo americano não conta com relações diplomáticas com a Coreia do Norte. Mas King não esconde que vem mantendo conversas com a diplomacia brasileira à respeito da situação.

Ele não deixa de admitir a surpresa em relação à decisão do Brasil de abrir uma embaixada na Coreia do Norte e no padrão do relacionamento do Itamaraty com governos como o do Irã. Mas indica que esse canal deve ser utilizado não apenas para questões comerciais, mas também para pressionar por melhorias no que se refere às condições políticas de um dos países mais isolados do mundo.

Segundo ele, a condição imposta pelos Estados Unidos para ter relações diplomáticas é de que haja "um real compromisso por fazer avançar os direitos humanos" na Coreia do Norte.

Nesta semana, o governo do país asiático passou por sua primeira sabatina na ONU sobre a situação dos direitos humanos no país.

Apesar de ter sido duramente criticado, vários governos elogiaram a decisão de Pyongyang de participar do exercício.

O Brasil chegou a citar "preocupações" em sua intervenção na sabatina da Coreia do Norte. Mas defendeu o "diálogo" como melhor forma de fazer avançar a situação no país. "O Brasil acredita que o diálogo direto com a Coreia do Norte seja o caminho mais eficiente para a melhoria da situação dos direitos humanos no país", afirmou a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo.

Pyongyang preferiu usar a ocasião para acusar os países ocidentais de estarem tentando derrubar o governo. Durante sua avaliação, a Coreia do Norte rejeitou as acusações de que tenham campos de prisioneiros políticos. "Não temos o termo prisioneiros políticos em nosso vocabulário", disseram os representantes. Eles garantiram ainda que não existe a execução de opositores ao regime.

"O que existe é apenas a execução de pessoas que cometem crimes brutais e isso apenas fazemos à pedido da família do condenado", explicou outro diplomata norte-coreano para os demais países da ONU.

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