Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, entregou na terça-feira a Medalha de Honra ao sargento do Exército Salvatore Giunta, em reconhecimento pela bravura dele no campo de batalha. É a primeira vez desde o fim da Guerra do Vietnã que uma pessoa viva recebe a principal condecoração militar norte-americana.
O texto que acompanha a condecoração diz que Giunta, como líder de uma equipe de atiradores em 2007 no Afeganistão, "se expôs ao intenso fogo inimigo" para resgatar um colega, num momento em que uma emboscada do Taliban havia separado o grupo.
Depois, tentando se juntar ao resto do esquadrão, Giunta notou dois insurgentes levando um colega seu.
"Ele imediatamente abordou o inimigo, matando um e ferindo outro, (forneceu) assistência médica quando seu esquadrão o alcançou e deu segurança", disse a condecoração.
Em discurso na Casa Branca, com a presença de colegas de combate de Giunta, de comandantes militares e de condecorados do passado com a mesma medalha, Obama elogiou a coragem e a liderança do sargento.
Ele disse que o heroísmo de Giunta mostra que ele entendeu o conselho do seu superior, que havia lhe dito: "Você precisa tentar fazer tudo o que puder quando chegar a sua hora de fazer." Afirmando que iria "sair do roteiro", Obama acrescentou: "Eu realmente gosto desse cara."
O presidente afirmou que Giunta é "tão humilde quanto heroico", e que ao conhecer o militar e sua família "você fica absolutamente convencido de que isso é a América."
Giunta, de 25 anos e oriundo de Clinton, Iowa, declarou em ocasiões anteriores que, na noite da batalha que o fez herói, "havia mais balas no ar do que estrelas no céu. Elas estavam em cima da gente, atrás da gente, embaixo da gente."
Em breves declarações após a cerimônia, o militar afirmou que, por mais honrado que esteja com a medalha, ele a devolveria se pudesse em troca ter de volta os amigos que morreram no Afeganistão.
A Medalha de Honra é a maior condecoração militar por bravura que pode ser dada a um indivíduo no Exército dos EUA. As guerras do Iraque e do Afeganistão resultaram em algumas condecorações póstumas.
Alguns veteranos e outros já criticam a escassez dessa condecoração a militares vivos, em comparação a outros conflitos.