O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (21) que enviou 80 soldados ao Chade para ajudar a resgatar cerca de 200 meninas sequestradas há mais de um mês na Nigéria.
"Estas tropas apoiarão operações de inteligência, vigilância e reconhecimento aéreo sobre o norte da Nigéria e nas áreas contíguas", explicou Obama em uma notificação ao Congresso.
Fontes do Pentágono detalharam à reportagem que a operação se compõe de 40 operadores de aviões não tripulados e outros tantos membros da Força Aérea encarregados da segurança e de fornecer assistência no terreno às aeronaves.
O governo do Chade permitiu o desdobramento deste contingente em seu território e os voos dos "drones", algo que ampliará o tempo de vigilância da zona nordeste da Nigéria e das regiões vizinhas do Chade.
O presidente fez uso de seus poderes de guerra e notificou por carta na tarde desta quarta o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, e o presidente "pro tempore" do Senado, Patrick Leahy.
"Esta ação foi tomada em interesse da segurança nacional dos Estados Unidos e de nossa política externa", explica Obama, que goza destes poderes como Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.
No último dia 14 de abril, a milícia islamita Boko Haram, que quer instaurar a sharia (lei islâmica) e proscrever a educação ocidental, sequestrou mais de 200 estudantes em Chibok, no nordeste da Nigéria.
Os Estados Unidos estabeleceram duas semanas depois do sequestro uma equipe multidisciplinar do Departamento de Estado, Defesa e do Birô Federal de Investigações (FBI) para auxiliar no resgate das meninas, assim como para começar a realizar voos de reconhecimento.
Por enquanto, o Pentágono assegura que desconhece onde se encontram as jovens, apesar dos membros dos serviços de inteligência americanos acreditarem que foram divididas em grupos menores.
A densidade da floresta na área de Nigéria, Camarões e Chade, e a permeabilidade das fronteiras dificulta o resgate das meninas, uma operação que segue estando liderada pelas forças armadas nigerianas.
"É importante entender que as tropas [norte-americanas] enviadas não são de infantaria", explicou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, que esclareceu que, por enquanto, a missão se restringirá à vigilância aérea.
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