O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que está errado quem acredita que o crescimento de países como China, Índia e Brasil significa o declínio da influência dos EUA e da Europa no mundo.
"O tempo para a nossa liderança é agora, disse, em discurso em Londres para representantes do Parlamento.
Na frase completa, Obama fala da importância dos emergentes para a economia dos ricos, mas tenta colocar cada um em seu lugar.
"A ordem internacional já foi remodelada para o novo século. Países como China, Índia e Brasil estão crescendo rapidamente. Devemos saudar esse desenvolvimento, porque ele tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza e criou novos mercados e oportunidades para nossos próprios países.
"Mas, com as mudanças, tornou-se moda questionar se o crescimento desses países vai ser acompanhado pelo declínio da influência americana e europeia no mundo. Dizem que essas nações representam o futuro e que o tempo de nossa liderança já passou. Esse raciocínio está errado. O tempo para a nossa liderança é agora, disse o americano.
Obama esteve em Londres para uma visita de dois dias. Hoje ele vai para a França, onde se reúne com os outros membros do G8, grupo dos países mais ricos no mundo, fora a China.
Ele aproveita a viagem para reafirmar os laços com a Europa e também para lembrar os europeus que eles são essenciais na garantia da segurança do mundo.
Faz essa defesa no momento em que a Europa corta gastos para recuperar sua economia, o que afeta os orçamentos militares e o dinheiro repassado para a Otan (aliança militar do Ocidente).
No discurso, Obama lembrou da tomada da Normandia, em junho de 1944, que foi fundamental para a vitória dos aliados na Segunda Guerra, e também da atual ação na Líbia, que, segundo ele, evitou um massacre.
E voltou a falar dos emergentes: "Foram os Estados Unidos, o Reino Unido e governos democráticos aliados que moldaram um mundo em que novos países puderam emergir, e as pessoas, prosperar, afirmou.
"Mesmo que mais países assumam responsabilidades na liderança global, nossa aliança continuará indispensável para a meta de um século mais pacífico, mais próspero e mais justo. Num tempo em que as ameaças e os desafios requerem o trabalho conjunto dos países, continuamos a ser o grande catalisador para uma ação global, afirmou.