O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, começou uma nova vida em Washington neste domingo (4), tendo como sua prioridade máxima um pacote econômico que seus aliados afirmam que poderá ser aprovado logo após a posse presidencial em duas semanas. Voando para a Base Andrews da Força Aérea, o presidente eleito deveria se reunir com sua mulher, Michelle, e suas duas filhas mais tarde, enquanto Sasha e Malia se preparam para iniciar as aulas amanhã numa escola na capital.

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A família ficará no luxuoso hotel Hay-Adams, próximo à Casa Branca, até se mudar para a residência oficial para hóspedes do presidente, Blair House, em 15 de janeiro - cinco dias antes de tomar posse. Deixando sua residência em Chicago depois de passar os feriados de Natal no Havaí, os Obama se preparam para as festividades que envolverão a posse do primeiro presidente negro dos EUA. Obama terá de se encarregar de uma série de desafios - tanto externos, enquanto Israel executa uma ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, quanto domésticos, com os EUA numa profunda recessão econômica.

Os democratas no Congresso esperam aprovar um massivo plano de estímulo econômico apoiado por Obama até o início de fevereiro, disse o líder da maioria democrata na Câmara de Representantes, Steny Hoyer, à Fox News Sunday. Confirmando que o pacote ficará entre US$ 775 bilhões e US$ 1 trilhão, Hoyer disse que é improvável que os congressistas aprovem o plano antes da posse de Obama em 20 de janeiro, como se esperava inicialmente.

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"Será difícil elaborar o pacote tão rapidamente, pois terá de ser revisado, debatido e aprovado", disse, acrescentando esperar que a Câmara aprove o plano até o fim de janeiro. "Certamente queremos ver este pacote aprovado pela Câmara dos Representantes no máximo no fim deste mês para mandá-lo ao Senado e para que o mesmo chegue ao presidente antes da pausa (no Congresso)" para os feriados no "início de fevereiro", afirmou Hoyer.

"Todo economista, da direita à esquerda, republicano, democrata, aconselha que o plano seja muito substancial se, de fato, queremos atingir o objetivo que é, evidentemente, estabilizar a economia e reativá-la", disse. O líder da maioria no Senado Harry Reid foi mais circunspecto sobre a aprovação do pacote, mas também disse que a rapidez é essencial. "Vamos trabalhar noites adentro, vamos trabalhar nos fins de semana, vamos fazê-lo", disse à TV ABC, prometendo convencer os republicanos que temem a perspectiva de uma expansão do governo.

Pacote

Perguntado sobre o tamanho do pacote, que incluirá o plano de Obama para mais gastos em infraestrutura, Reid disse que terá o tamanho "necessário" para recolocar a economia e o orçamento de volta nos trilhos. Obama sentiu o gosto da oposição republicana que enfrentará depois que o New York Times informou neste domingo que ele estava considerando uma grande expansão do programa de saúde e de auxílio-desemprego do governo no pacote de estímulo.

O líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, disse que estas propostas representariam "mudanças sistêmicas muito grandes" que alterariam permanentemente a economia. "Estou preocupado com a pressa com que isso está sendo feito. Este é um projeto enorme. Pode chegar perto de uma conta de um trilhão de dólares", acrescentou para a ABC.

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Além de discutir com seus aliados no Congresso, Obama terá um almoço na Casa Branca na quarta-feira com o presidente George W. Bush e os ex-presidentes Bill Clinton, George H.W. Bush e Jimmy Carter. No Fox News Sunday, George Bush pai disse que seria desnecessário oferecer conselhos ao sucessor de seu filho no Salão Oval. "Mas, se algum problema desta natureza surgir e for necessário algum conselho de um velho, basta pegar e telefone e me chamar", afirmou. As informações são da Dow Jones.

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