O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (4) que convidou os principais dirigentes republicanos e democratas para uma reunião na Casa Branca quando forem retomadas as sessões no Congresso no fim do mês.
A reunião foi agendada para 18 de novembro. Obama pediu que republicanos e democratas abandonem as disputas.
"Não podemos nos permitir dois anos só brigando", disse, depois de reunião com sua equipe.
A declaração é feita dois dias depois das eleições parlamentares em que o Partido Republicano retomou o controle da Câmara de Representantes.
"O que precisamos fazer é assegurar que vamos trabalhar juntos, tanto democratas como republicanos", disse.
Democratas e republicanos precisam chegar a um acordo sobre a prorrogação de benefícios tributários adotados pelo ex-presidente George W. Bush, pois do contrário eles expirarão no final do ano.
Os republicanos - que nesta semana ampliaram sua bancada no Senado e fizeram maioria na Câmara - querem manter esses benefícios para todos. Já Obama vinha defendendo que eles fossem preservados apenas para quem ganha até US$ 250 mil por ano.
Mas seu porta-voz, Robert Gibbs, disse a jornalistas que o presidente está disposto a discutir a preservação dos cortes tributários para todas as faixas de renda. "Ele estaria aberto a ter essa discussão e aberto a escutar ambos os lados do debate", disse
No entanto, ressalvou Gibbs, "tornar permanentes esses cortes tributários para as faixas mais elevadas é algo que o presidente não acredita ser uma boa ideia".
"Temos de agir a fim de assegurar que as famílias de classe média não tenham uma grande elevação tributária por causa da forma como os cortes de impostos de Bush foram estruturados", disse Obama. "É muito apropriado que ampliemos essas regras tributárias para a classe média."
Frustrados com a recuperação econômica pífia e com o desemprego elevado, o eleitorado fez com que os republicanos tirassem 60 deputados democratas da Câmara, na maior alteração das bancadas desde que os democratas avançaram sobre 75 vagas em 1948.
Oito líderes foram convidados para o evento de 8 de novembro, inclusive o deputado republicano John Boehner, possível futuro presidente da Câmara, e a democrata Nancy Pelosi, atual ocupante do cargo.
Obama também desafiou sua equipe a trabalhar melhor, depois da derrota nas urnas, para acelerar o processo de recuperação econômica.
Desarmamento nuclear
Obama afirmou ainda que espera que o tratado russo-americano de desarmamento nuclear, o novo START, possa ser ratificado no Congresso antes da entrada dos parlamentares eleitos.
"Negociamos com os russos importantes reduções de nosso arsenal nuclear. É algo que sempre foi apoiado pelos dois partidos", disse.
"Não é um tema tradicionalmente democrata ou republicano, e sim uma questão de segurança nacional americana e espero que ratifiquemos o tratado antes de nos irmos", afirmou, em alusão à última sessão do Congresso atual que conta com uma maioria democrata.
Obama afirmou ainda que a votação enviará um forte sinal à Rússia sobre a seriedade americana em termos de reduzir os arsenais nucleares.
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