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Obama recebe executivos da internet preocupados com vigilância da NSA

O presidente Barack Obama recebeu hoje (17) executivos das principais empresas de internet e de telecomunicações dos Estados Unidos, alarmadas com a vigilância exercida pelas agências de inteligência, no momento em que a constitucionalidade dessas operações se vê questionada pela Justiça.

Google, Microsoft, Yahoo, Facebook, Twitter, Netflix, LinkedIn, Comcast e AT&T: a elite do setor compareceu à reunião de hoje de manhã na Casa Branca.

O encontro foi descrito pelo governo como uma "oportunidade para abordar questões de segurança nacional e as consequências econômicas da difusão de dados das operações de inteligência sem autorização".

A Presidência se referiu dessa forma às revelações feitas meses atrás pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden sobre o alcance da espionagem realizada pelo governo americano por intermédio da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

Há uma semana, as gigantes da internet -sete delas presentes na reunião com Obama- publicaram uma carta aberta ao presidente, reivindicando a regulação dessas práticas. Para as empresas, os últimos episódios comprometeram a confiança dos usuários.

"Compreendemos que os governos têm o dever de proteger os cidadãos. Mas as revelações deste verão (no hemisfério norte) expuseram a necessidade urgente de se reformar as práticas governamentais de vigilância no mundo", escreveram.

Obama e os executivos não divulgaram qualquer declaração ao término do encontro, que aconteceu no sala Roosevelt da Casa Branca. Fotógrafos foram autorizados apenas por alguns segundos.

De acordo com o material vazado por Snowden, a NSA consegue invadir programas encriptados, em um procedimento normalmente adotado nos protocolos de segurança on-line. Além disso, as empresas americanas teriam "cooperado" com a NSA, dando à agência "pontos de entrada" em seus softwares, ou fornecendo ao governo informações sobre seus usuários.Justiça

A reunião de hoje coincidiu com um golpe na Justiça sofrido pela NSA, depois que um juiz de Washington considerou que a coleta de metadados das comunicações por telefone de um cidadão representava um "atentado à vida privada" e era, sem dúvida, inconstitucional. No texto, o magistrado também alega que o procedimento de vigilância do governo é "quase orwelliano".

Saudada pelos defensores das liberdades individuais, a resolução foi transmitida a um tribunal de apelações, que deverá se pronunciar em breve sobre o assunto.

Obama já havia pedido a um grupo de trabalho para corrigir e até reformar os programas da NSA. As conclusões dos especialistas foram levadas à Presidência na última sexta-feira, mas a Casa Branca ainda não reagiu ao relatório.

Em uma carta, Snowden explicou que está disposto a "contribuir" com as investigações do Senado brasileiro sobre a espionagem de políticos em Brasília, entre eles, a presidente Dilma Rousseff.

A Casa Branca já descartou a ideia de conversar com Snowden como contrapartida para a entrega dos documentos secretos sobre as operações de vigilância divulgadas a conta-gotas este ano. Snowden "deve retornar para os Estados Unidos o quanto antes" para responder às acusações que pesam contra ele, afirmou o porta-voz de Obama, Jay Carney, na segunda-feira, acrescentando que "contará com todas as proteções necessárias".

Obamacare

A reunião também tratou do site do governo federal para o seguro de saúde -o site da reforma da saúde do governo Obama conhecida como Obamacare-, que apresentou diversas falhas desde seu lançamento em outubro.

Kurt DelBene, um executivo da Microsoft recentemente aposentado, vai liderar os esforços para continuar a reforma do site, disse o governo.

DelBene, que começa seu novo trabalho amanhã, irá substituir Jeffrey Zients, um assessor de longa data do presidente Obama, que inicia um novo trabalho como principal assessor econômico da Casa Branca no ano que vem.

DelBene, marido da representante dos EUA em Washington, Suzan DelBene, é voluntário, disse um funcionário da Casa Branca. Ele será compensado pelo seu trabalho, mas retornará todo o seu salário, que não foi divulgado, para o Tesouro.

Há dois meses, Zients toma conta dos contratados que trabalham no HealthCare.gov, o site do Obamacare.O site não pôde lidar com o enorme tráfego quando foi lançado em 1' de outubro, o que criou um constrangimento político para Obama.

Embora agora a funcione de maneira mais eficiente, o site continua a ter problemas.

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