O presidente Barack Obama afirmou nesta quarta-feira (19) que a visita do presidente da China, Hu Jintao, vai estabelecer as bases para os próximos 30 anos de cooperação bilateral.
"Com esta visita, podemos fixar as bases para os próximos 30 anos", afirmou Obama ao dar as boas-vindas a seu colega chinês na Casa Branca.
"Fazemos uma enorme aposta no sucesso do outro. Em um mundo interconectado, em uma economia global, as nações, incluindo a nossa, serão mais próspera e mais seguras se trabalharmos de forma conjunta", acrescentou.
Obama pediu ainda que os direitos humanos sejam preservados na China ao afirmar que as nações prosperam quando eles são respeitados."A história mostra que as sociedades são mais harmoniosas, as nações são mais bem sucedidas e o mundo é mais justo quando apoiamos os direitos e responsabilidades de todas as nações e de todos os povos", afirmou Obama.
"Sociedade harmoniosa" é um dos principais slogans ideológicos do governo de Hu, que tenta manter o poder do Partido Comunista em meio a uma economia cada vez mais aberta.
A visita de Estado de quatro dias de Hu aos EUA se tornou uma bandeira para defensores de causas como a da minoria uigur, dos tibetanos, dos presos políticos e outros grupos. Eles pediram que Obama expresse essas preocupações tanto publicamente como em reuniões privadas com Hu.
Os ativistas, que afirmam que as condições para os direitos políticos e religiosos pioraram nos últimos anos, apesar do rápido crescimento econômico chinês, anunciaram que pretendem realizar manifestações nas proximidades da Casa Branca durante o encontro entre Hu e Obama.
O presidente norte-americano também está sob pressão de alguns parlamentares de seu país para levantar questões de direitos humanos. Eles argumentam que Obama, que venceu o prêmio Nobel da Paz em 2009, tem o dever de falar publicamente sobre a prisão do vencedor do Nobel da Paz de 2010, o ativista e escritor chinês Liu Xiaobo.
Em discurso sobre a China na semana passada antes da visita de Hu, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, fez um apelo para que Pequim liberte Liu e 'vários outros prisioneiros políticos na China, incluindo aqueles sob prisão domiciliar e aqueles que sofrem desaparecimento forçado'.
A China rejeita as críticas contra seu histórico de direitos humanos e as classifica como interferência em seus assuntos internos.
Hu Jintao, por sua vez, afirmou que desde que Obama assumiu o poder nos Estados Unidos, "nossa cooperação em vários terrenos tiveram frutíferos resultados e nossas relações conseguiram novos progressos".
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