O candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, afastou-se dos compromissos de campanha para ver a avó doente no Havaí, nesta sexta-feira (24), realizando uma viagem melancólica que talvez seja sua última visita à mulher que ajudou a criá-lo.
Depois de dez horas de vôo de Indiana para o Havaí, na noite de quinta-feira, Obama saiu direto do avião para ficar ao lado de Madelyn Dunham, 85, no apartamento de Honolulu onde ele morou na adolescência.
O candidato regressou ao apartamento na manhã de sexta-feira. Obama decidiu vê-la menos de duas semanas antes da eleição de 4 de novembro, temendo que, se não fizesse isso agora, talvez não o fizesse nunca.
"Eu quero dar-lhe um beijo e um abraço", afirmou Obama, antes de sair de Indiana, ao programa "Good Morning America" levado ao ar na sexta-feira pelo canal ABC News.
"Não quero entrar em detalhes, mas ela está gravemente doente."
A mulher que ele chama de "Toot" - abreviação para "tutu", a palavra havaiana que significa avó - começou a participar da criação de Obama quando este tinha 10 anos de idade, época na qual a mãe do candidato trabalhava na Indonésia.
O democrata costuma referir-se a sua avó nos discursos que profere.
"Ela tem sido, de fato, um dos pilares da minha vida", afirmou o candidato ao canal ABC, acrescentando que Dunham havia recebido um grande número de flores, telefonemas e e-mails desde que a notícia sobre a doença dela começou a circular.
Recentemente, a avó de Obama quebrou o quadril e, segundo Obama, "ela tinha outros problemas que estavam piorando. "Nós não tínhamos certeza, e eu ainda não tenho certeza, sobre se ela conseguirá sobreviver até o Dia da Eleição. Todos estamos rezando e esperamos que ela consiga", afirmou o candidato.
O democrata disse não querer repetir o erro cometido com sua mãe, que morreu de câncer antes que ele pudesse estar ao lado dela.
Obama encontrou-se com sua meia-irmã, que mora no Havaí e que está cuidando de Dunham, no apartamento, na quinta-feira à noite. Uma pequena multidão olhava para o local do outro lado da rua, em meio à qual uma mulher com um cartaz escrito a mão, no qual se lia: "Boa Sorte aos Obama!".