Monitores neste domingo (22) classificaram o processo eleitoral na Nigéria como um fracasso, mas o governo afirma que as críticas têm como objetivo abrir caminho para um golpe.

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A votação de sábado no país mais populoso da África foi marcada por violência, fraude e intimidação. Os primeiros resultados, divulgados neste domingo, indicam a continuidade do domínio do Partido Democrático Popular (PDP), conforme o esperado.

O governador Umaru Yar'Adua, pouco conhecido e escolhido pelo presidente Olusegun Obasanjo para ser seu sucessor, é o favorito para vencer.

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"Vamos convocar uma nova eleição. Não se pode usar os resultados de metade do país para anunciar um novo presidente", disse Innocent Chukwuma, presidente do maior grupo local de observadores, em entrevista à Reuters.

Mas o governo afirma que golpistas estão tentando anular a eleição para prejudicar a democracia, depois de terem fracassado na tentativa de explodir a central eleitoral, no sábado, com um caminhão de combustível.

O caminhão parou antes do alvo e não explodiu.

Os golpistas "fracassaram na tentativa de levar a comunidade internacional a rotular a Nigérica como um Estado fracassado e também de incitar as forças armadas nigerianas com o objetivo único de prejudicar a eleição presidencial", disse em comunicado o ministro da Informação, Frank Nweke.

O porta-voz do governo, Uba Sani, acusou o presidente do Senado, Ken Nnamani, de tentar impor um governo interino e incentivar o caos depois da eleição, que deve marcar a primeira transição de poder entre civis na presidência da Nigéria.

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Nnamani, terceiro na linha de poder oficial, rejeitou as acusações e disse que jamais apoiaria um golpe.

"Essas pessoas não têm vergonha", disse ele à Reuters, afirmando que a condução da eleição tirou da Nigéria o papel de exemplo para outros países africanos.

Chukwuma, do Grupo de Monitoramento da Transição, disse que a comissão eleitoral oficial não estava preparada para a eleição. "Em muitas partes do país as eleições não começaram no horário, ou nem sequer começaram", disse.

Observadores da União Européia também manifestaram preocupação com a eleição, dizendo que testemunharam violência, fraude e falta de cédulas.

O chefe da equipe da UE, Max van den Berg, disse que não tem certeza de que houve melhoria em relação à eleição regional da última semana, quando houve fraude e 50 pessoas morreram.

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"No momento, estou preocupado", disse ele à Reuters.