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conflito

Ocidente indica à oposição síria que Assad poderia continuar no poder

Nações ocidentais indicaram à oposição síria que as conversações de paz do mês que vem podem não levar à remoção do presidente da Síria, Bashar al-Assad, do poder e que a minoria alauíta será parte fundamental em qualquer governo de transição naquele país, disseram fontes da oposição.

A mensagem, entregue a dirigentes da Coalizão Nacional Síria em um encontro na semana passada do grupo Amigos da Síria, uma aliança anti-Assad, em Londres, foi motivada pela ascensão da Al Qaeda e outros militantes, que tomaram o controle de uma passagem na fronteira e se apoderaram de um depósito de armas perto da Turquia, pertencente à organização moderada Exército Livre Sírio, disseram as fontes à Reuters.

"Nossos amigos ocidentais deixaram claro em Londres que não podem permitir que Assad se vá agora porque eles acham que haveria caos e os militantes islamistas assumiriam o poder em seguida", disse um alto dirigente da coalizão, que mantém relação próxima com autoridades da Arábia Saudita.

Citando a possibilidade de Assad realizar uma eleição presidencial quando seu mandato terminar, no ano que vem, o membro da coalizão acrescentou: "Alguns nem mesmo parecem se preocupar com que ele dispute novamente no ano que vem, se esquecendo de que ele lançou gás contra o próprio povo."

A mudança nas prioridades ocidentais, em especial dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha - da remoção de Assad para o combate aos militantes islamistas - está provocando divisões entre as potências internacionais que apoiam a revolta que já dura quase três anos, de acordo com diplomatas e membros proeminentes da coalizão.

Esse compromisso diplomático para uma transição poderia reduzir as divergências entre a Rússia e países ocidentais, o que tem impedido uma ação da Organização das Nações Unidas (ONU) contra Assad, mas também amplia o fosso na aproximação com os rebeldes aliados no Oriente Médio.

A guerra civil opõe Assad e muitos alauítas, apoiados pelo Irã e aliados muçulmanos xiitas, contra rebeldes muçulmanos sunitas auxiliados pela Turquia, Líbia e Estados árabes sunitas do Golfo Pérsico.

Ao contrário do que ocorreu na Líbia em 2011, o Ocidente descartou a possibilidade de intervenção militar na Síria, deixando os militantes islamistas, incluindo grupos ligados à Al Qaeda, emergir como a força rebelde mais vigorosa, o que provocou alarme em Washington e seus aliados, que temem que a Síria, que faz fronteira com Israel e Iraque, se torne o centro de uma jihad mundial.

A Arábia Saudita e a Turquia, porém, acreditam que enfrentar os militantes é uma prioridade menor. O governo sunita saudita está especialmente furioso com o que considera uma atitude de apaziguamento de Assad e seus aliados xiitas iranianos por parte dos EUA.

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