Aliados ocidentais de Israel pressionaram na quarta-feira o Estado judeu a investigar as acusações da ONU de possíveis crimes de guerra ocorridos durante a ofensiva de dezembro e janeiro na Faixa de Gaza.
Estados Unidos, Grã-Bretanha e França disseram que Israel deveria analisar as conclusões de Richard Goldstone, um jurista sul-africano que apontou a ocorrência de crimes de guerra por parte de Israel e do grupo islâmico Hamas durante o recente conflito.
Tanto Israel quanto Hamas rejeitam as acusações do relatório, que é mais crítico aos israelenses que aos palestinos.
Num debate do Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora de Israel, Gabriela Shalev, disse que o relatório era uma perda de tempo para o conselho, pois suas 575 páginas "favorecem e legitimam o terrorismo".
O embaixador-adjunto dos EUA na ONU, Alejandro Wolff, disse que Washington tem sérias preocupações com o relatório, incluindo o seu "foco desequilibrado sobre Israel". Mas repetiu a posição norte-americana de que o governo israelense deveria examiná-lo.
"Levamos a sério as acusações no relatório", disse ele ao conselho. "Israel tem as instituições e a capacidade de realizar investigações sérias dessas acusações, e encorajamos que o faça".
Wolff afirmou que o Hamas é uma "organização terrorista" que não teriam nem disposição nem capacidade de investigar o seu próprio comportamento. O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, não reconhece o direito de Israel a existir.
Em seu relatório, Goldstone sugere que o Conselho de Segurança remeta o caso ao Tribunal Penal Internacional de Haia se os israelenses e palestinos não cuidarem do assunto.
Os EUA aceitaram com relutância discutir o relatório durante o debate mensal do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio. Antes, Washington dizia que o assunto deveria ser tratado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que encomendou o relatório.
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