Os chanceleres e representantes da OEA aprovaram nesta sexta-feira (24) uma resolução de "solidariedade e apoio" ao Equador em seu conflito diplomático com a Grã-Bretanha pelo asilo concedido ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada de Quito em Londres.

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A resolução pede que se "rejeite qualquer tentativa que ponha em risco a inviolabilidade das missões diplomáticas" e, "neste contexto, manifesta sua solidariedade e apoio" ao Equador, segundo o texto, aprovado por consenso pela organização, apesar das reservas manifestadas por Estados Unidos e Canadá.

O Equador havia proposto uma resolução que logo foi suavizada diante das objeções de alguns países, durante cinco horas de intensas negociações e debates na reunião de consulta de chanceleres da Organização de Estados Americanos (OEA) em Washington. A resolução pede também que Equador e Reino Unido "mantenham um diálogo que permita resolver suas atuais divergências". "Reafirmamos nossa capacidade de diálogo e podemos nos sentir muito felizes", disse o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, que presidiu a reunião, ao dar por finalizada a sessão.

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O Equador buscava o apoio da OEA, que já havia obtido de outros blocos regionais como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), diante do que denunciou como "ameaças" britânicas de entrar em sua embaixada para prender Assange, a quem Quito concedeu asilo diplomático.

Londres reiterou, por meio de seu observador permanente na OEA, Philip Barton, que não havia ameaçado a embaixada equatoriana e pediu a Quito que retome o diálogo sobre o caso do australiano. Londres tenta extraditar Assange para a Suécia para que responda por acusações de agressão sexual, algo que ele nega. O criador do WikiLeaks teme que depois seja transferido aos Estados Unidos para ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte por ter divulgado documentos confidenciais de Washington.