A Organização dos Estados Americanos (OEA) manterá sua atuação para a resolução da crise em Honduras, apesar de as negociações estarem paralisadas, disse nesta quarta o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza. "Há um processo de paralisação das negociações, por isso temos de trabalhar para que ele prossiga", afirmou, em comunicado. A OEA "continua promovendo o diálogo" entre o governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, e o presidente deposto Manuel Zelaya, acrescentou Insulza.
O conflito em Honduras está virtualmente paralisado desde sexta-feira, pois as partes não se entendem sobre o possível regresso de Zelaya à presidência. Apesar da paralisação, "nenhuma das partes mencionou a possibilidade de abandonar as negociações", disse Insulza, destacando que "obviamente o diálogo tem grande importância para os hondurenhos".
Ainda assim, ele advertiu que, para que o diálogo prospere, as partes não devem apresentar assuntos sobre os quais sabem que não entrarão em acordo. Um exemplo é a definição do que ocorreu em junho, quando Zelaya foi deposto. Para Zelaya foi um golpe de Estado. Micheletti, porém, afirma que foi uma destituição baseada na Constituição.
Embaixada brasileira
Insulza expressou sua "grande preocupação" sobre a situação na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde Zelaya está refugiado, e denunciou as forças de segurança hondurenhas que têm realizado uma campanha de "hostilidade" contra a sede diplomática.
"O problema é que a hostilidade continua, o problema é que continuam os gestos hostis, os ruídos noturnos e as manifestações e provocações, e isso é preocupante.