A ofensiva dos jihadistas no Iraque deixou nos nove primeiros meses deste ano 9.347 civis mortos e 17.386 feridos, segundo um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da Missão da ONU no país (Unami).
O documento, divulgado nesta quinta-feira (2), revelou que a maioria das vítimas morreram ou ficaram feridas entre 1º de junho e 30 de setembro, quando a ofensiva dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) se intensificou.
O relatório informou que o número de vítimas "pode ser muito maior", pois se desconhece quantas pessoas morreram por causas indiretas ao conflito, como a falta de comida, água ou remédios após abandonarem seus lares e ficarem presas em zonas controladas por EI.
As crianças, as mulheres grávidas, os deficientes e os idosos "foram particularmente vulneráveis".
O relatório também se refere ao número de deslocados internos que, até agosto, chegou a 1,8 milhão de pessoas.
Destes, cerca de um milhão permanecem em áreas controladas pelos jihadistas ou pelo governo central, enquanto 800 mil sobrevivem na região do Curdistão.
Os dois organismos afirmam que os combatentes do Estado Islâmico cometeram "sérias violações da lei humanitária internacional" e "graves abusos dos direitos humanos" efetuados "de forma sistemática".
Estas ações incluem assassinatos indiscriminados de civis, sequestros, violações e outras formas de abusos sexuais e violência contra mulheres e crianças, destruição e profanação de lugares sagrados, apropriação indevida, e absoluta negação das liberdades fundamentais.
Os membros das comunidades turcomanas, os shabak, os cristãos, os yezidis, os sabanos, os curdos e os xiitas foram especialmente atingidos.
"O EI atacou intencionalmente os membros destas comunidades com a intenção de destrui-los, suprimi-los e fazer uma limpeza étnica nas zonas sob seu controle", denunciou o relatório.
As atrocidades podem ser consideradas crimes contra a humanidade e de guerra, disse o texto.
Além disso, o relatório denuncia que as Forças de Segurança iraquianas e as forças afins ao exército também cometeram graves abusos e violaram a lei humanitária internacional.
Segundo o texto, foram cometidos bombardeios indiscriminados, "assim como operações militares que violaram os princípios de distinção e proporcionalidade de acordo com a lei humanitária internacional".
"Grupos armados filiados ou apoiados pelo governo também praticaram assassinatos seletivos, incluindo de milicianos do EI capturados, e sequestros de civis", afirmou o relatório.
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