Ollanta Humala tomou posse da presidência do Peru nesta quinta-feira, para um mandato de cinco anos, substituindo Alan Garcia. O novo chefe de Estado, que tem 49 anos e é ex-oficial do Exército, venceu o segundo turno da eleição presidencial disputada em 5 de junho contra a congressista Keiko Fujimori. A cerimônia de posse no Congresso contou com a participação de vários chefes de Estado de outros países.
O cumprimento da promessa de fazer um governo moderado e de centro vai ser observado de perto por analistas e observadores. Humala prometeu aumentar os gastos com programas sociais e elevar o caixa do governo com a implantação de um imposto sobre lucros do setor de mineração. O novo presidente também disse que vai elevar o salário mínimo e garantir a aposentadoria para os mais velhos.
Humala já havia nomeado seu gabinete, que será liderado por seu ex-chefe de campanha, Salomon Lerner, que é empresário.
O novo presidente, um nacionalista de esquerda, acalmou os mercados financeiros ao nomear outros ministros vistos como pró-mercado, dentre eles o vice-ministro de Fianças Luis Miguel Castilla, que agora será o titular da pasta. Ele também prometeu manter o atual presidente do Banco Central, o conservador Julio Velarde.
Durante a campanha eleitoral neste ano, Humala prometeu implementar políticas moderadas, afastando-se das políticas radicais que marcaram sua campanha presidencial em 2006, quando demonstrou forte alinhamento com o presidente venezuelano Hugo Chávez.
A economia do Peru registrou expansão de 8,8% no ano passado e deve crescer cerca de 6,5% neste ano. A a inflação se mantém dentro da meta, que é de 1,0% a 3,0% ao ano. Apesar disso, um em cada três peruanos vive na pobreza.Quebra de protocolo
O ex-presidente Alan Garcia quebrou o protocolo e não foi assistir à posse de seu sucessor. Ele entregou a faixa presidencial a Ollanta Humala e deixou o Palácio do Governo.
García, de 62 anos, se despediu de seus ministros e de alguns de alguns de seus ex-ministros no pátio principal do Palácio do Governo, retirou a faixa presidencial, que entregou a um auxiliar militar, e partiu numa caminhonete preta.
É tradição nas trocas de mandato no Peru que o presidente que sai do governo vá até o Congresso, onde entrega a faixa presidencial ao sucessor e faz um discurso de despedida antes da posse do novo presidente.
Garcia havia anunciado que não compareceria à cerimônia de seu sucessor e negou que isso represente "humilhação", pois sua intenção era evitar ser "maltratado" como em 1990, quando, ao concluir seu primeiro mandato (1985-1990), foi vaiado pelo Legislativo.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.