Chamando o vírus H1N1 de "incontrolável", a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu sinal verde pleno nesta segunda-feira (13) para os fabricantes de medicamentos produzirem vacinas contra a doença. Os trabalhadores em saúde devem ser os primeiros a receber o remédio, segundo a OMS.

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Todos os países precisarão vacinar as pessoas contra a gripe H1N1 e devem escolher quem terá a prioridade depois de enfermeiras, médicos e agentes de saúde, segundo Marie-Paule Kieny, diretora da OMS, responsável pela área de vacinas.

Relatos mostram que o novo vírus ataca de forma diferente a da gripe normal, afetando os jovens, os muito obesos e os adultos aparentemente saudáveis e atacando com força os pulmões.

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A gripe sazonal é também severa, está envolvida por ano em de 250 mil a 500 mil mortes no mundo. A maioria são de idosos ou pessoas com doenças crônicas, mais vulneráveis.

Kieny falou aos jornalistas sobre as descobertas do grupo de especialistas da OMS sobre imunização. "O comitê reconheceu que a pandemia de H1N1 é incontrolável, e assim todos os países precisam ter acesso à vacina".

"O grupo reconheceu que trabalhadores em saúde devem ser imunizados em todos os países para manter o sistema de saúde funcionando", completou ela.

Vantagem dos mais idosos

Os mais velhos parecem ter uma imunidade extra ao novo vírus H1N1, primo distante do H1N1 que causou a pandemia de 1918, quando morreram de 50 milhões a 100 milhões de pessoas.

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Um estudo publicado na Nature nesta segunda confirma que o sangue de pessoas nascidas antes de 1920 têm anticorpos contra a gripe de 1918, sugerindo que o sistema imunológico se lembraria de uma infecção na infância.

O trabalho do pesquisador Yoshihiro Kawaoka vai ao encontro de outros estudos segundo os quais o novo H1N1 não permanece no nariz e na garganta, como muitos dos vírus das gripes comuns.

"O vírus H1N1 se desenvolve melhor nos pulmões", declarou Kawaoka.

Outros estudos apontam que o vírus causa efeitos gastrointestinais e ataca pessoas que não seriam vistas como de grupos de risco.

"A obesidade tem sido considerada um dos fatores de risco para reações mais graves ao H1N1", declarou Kieny, da OMS.

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Para a OMS, os países devem continuar com os seus programas de vacinação contra a gripe sazonal, bastante ativa, agora, no inverno do Hemisfério Sul.