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Clientes usam máscara contra a gripe em lanchonete da Cidade do México; governo mexicano pede para pessoas ficarem em casa | Joe Raedle/Getty Images/AFP
Clientes usam máscara contra a gripe em lanchonete da Cidade do México; governo mexicano pede para pessoas ficarem em casa| Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira (30) que vai deixar de se referir doença provocada pelo vírus H1N1 como gripe suína e passará a chamá-la de gripe AH1N1. Até o momento, o órgão confirma 257 casos em todo o mundo. O número de morte provocadas pela doença chega a oito uma nos Estados Unidos e sete no México.

O governo norte-americano já confirmou 109 casos, ultrapassando o México que, até o momento, registra 97. Os outros países que também confirmaram casos da doença são: Áustria (1), Canadá (19) Alemanha (3), Israel (2), Holanda (1), Nova Zelândia (3), Espanha (13), Suíça (1) e Reino Unido (8). Ainda não está contabilizado o caso relatado pelo Peru. A OMS considera um caso confirmado a partir do momento em que recebe comunicado oficial do governo.

México pede para as pessoas ficarem em casa

O presidente do México, Felipe Calderón, determinou que a população passe cinco dias em casa a partir de sexta-feira, numa paralisação quase total da economia, depois que a Organização Mundial da Saúde apontou a iminência de uma pandemia de gripe AH1N1.

Calderón ordenou que órgãos públicos e empresas não-essenciais parem de funcionar para evitar novos contágios do vírus H1N1, que já matou até 176 pessoas no país e se espalhou pelo mundo.

"Não há lugar mais seguro do que o seu próprio lar para evitar ser infectado pelo vírus", disse Calderón em seu primeiro pronunciamento televisivo desde o início da epidemia, no ano passado.Gripe se espalhou por 12 países

Doze países já notificaram casos da gripe AH1N1, sendo a Holanda o mais recente, com uma criança de três anos. Na quinta-feira, a Suíça havia confirmado a presença de um vírus, em um homem que voltou de uma viagem ao México. O Peru notificou o primeiro caso na América do Sul.

EUA relatam a primeira morte

Na quarta-feira (29), as autoridades texanas haviam relatado a primeira morte pela doença fora do México - um bebê mexicano de 1 ano e 10 meses que estava em visita aos EUA.

A OMS elevou para 5 (numa escala de 1 a 6) o seu nível de alerta contra pandemias, o que significa que a epidemia global é iminente.

"Pandemias de 'influenza' (gripe) devem ser levadas a sério precisamente por causa da sua capacidade de se espalhar rapidamente para todos os países do mundo", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em entrevista coletiva na quarta-feira em Genebra.

"A maior questão é: quão grave será a pandemia, especialmente agora no começo", disse Chan, acrescentando no entanto que o mundo "está mais bem preparado para uma pandemia de 'influenza' do que em qualquer momento da história". A OMS não chegou a recomendar restrições à movimentação de pessoas, bens e serviços.

Na Cidade do México, uma metrópole de 20 milhões de habitantes, todas as escolas, restaurantes, boates e eventos públicos estão fechados, para evitar o contágio.

A Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México, o que ilustra o perigo do contágio entre pessoas.

Vários países proibiram a importação da carne de porco, embora a OMS diga que seu consumo não provoca a gripe AH1N1.

Vírus "fraco"

Masato Tashiro, diretor do centro de pesquisas do vírus da gripe no Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão e membro do comitê de emergências da OMS, disse ao jornal japonês Nikkei que aparentemente o H1N1 é muito menos perigoso do que o vírus da gripe aviária, que causou mais de cem mortes no começo da década, especialmente na Ásia.

"Estou muito preocupado de que usemos o estoque de medicamentos antigripe e estejamos desarmados quando precisarmos lutar contra a 'influenza' aviária. A maior ameaça à humanidade continua sendo a 'influenza' aviária H5N1."

Guan Yi, professor de Microbiologia da Universidade de Hong Kong, disse que o vírus da gripe suína (o H1N1) pode se misturar com o da gripe aviária (H5N1).

"Se ele for para o Egito, Indonésia, essas regiões endêmicas do H5N1, ele pode se transformar em um H5N1 muito poderoso, ou seja, muito transmissível entre as pessoas. Aí estaremos em apuros, será uma tragédia."

Chan, da OMS, pediu que os laboratórios ampliem a produção de medicamentos. Dois antivirais (Relenza, da GlaxoSmithKline, e Tamiflu, da Roche e Gilead Sciences) têm eficácia comprovada contra o vírus H1N1. Os laboratórios já doaram milhões de doses de seus medicamentos à OMS.

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