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Onda de frio na Europa mata mais de 30 e deixa refugiados ainda mais vulneráveis

Refugiado sírio em casa precária na Turquia: no país, centenas de voos foram cancelados por causa das nevascas | Yasin Akgul
/AFP
Refugiado sírio em casa precária na Turquia: no país, centenas de voos foram cancelados por causa das nevascas (Foto: Yasin Akgul /AFP)

A onda de frio que atinge a Europa desde o fim de semana passado, com temperaturas polares, causou pelo menos 38 mortes, a maioria na Polônia, mas começa a se atenuar nesta segunda-feira (9).

Esta onda de frio procedente da Escandinávia provocou muitos acidentes de trânsito, como na França, onde quatro cidadãos portugueses morreram e outros 20 ficaram feridos num acidente de ônibus no domingo (8).

Dez pessoas morreram de frio, também no domingo, na Polônia, onde as temperaturas permaneceram abaixo de -20°C em algumas regiões, anunciou nesta segunda-feira o Centro de Segurança Nacional (RCB).

Outras dez pessoas já haviam falecido na sexta-feira (6) e no sábado (7) no país. Na República Checa, três pessoas, incluindo dois moradores de rua, morreram de frio na sexta-feira e no sábado em Praga, onde as temperaturas caíram para -15°C.

De acordo com as previsões meteorológicas, as temperaturas serão menos agressivas nos próximos dias na Polônia, mas devem ficar bem abaixo de zero.

A onda de frio começou a diminuir na Europa ocidental, onde sete pessoas morreram durante o fim de semana na Itália, incluindo cinco desabrigados.

Refugiados ainda mais vulneráveis

Nos Bálcãs, as temperaturas caíram para menos -28°C neste fim de semana na Macedônia e um sem-teto de 68 anos foi encontrado morto em um bairro da capital, Skopje.

Na Sérvia, a temperatura mais baixa foi registrada no domingo na cidade de Sjenica, no Sudoeste, com -33°C, e a navegação no Danúbio e no Sava foi interrompida.

Na capital Belgrado, dezenas de migrantes bloqueados pelo fechamento da rota dos Bálcãs se refugiaram em um armazém abandonado perto da estação ferroviária, devido a temperaturas que chegaram a -15ºC na madrugada desta segunda-feira.

“É muito difícil, especialmente à noite”, afirma Niamat Khan, um adolescente afegão de 13 anos. “Espero há três meses e não sei quando vou poder continuar a minha viagem”, acrescentou.

Estes refugiados se recusam a ir para os centros oficiais por medo de serem enviados de volta aos países por onde entraram na Sérvia (Bulgária ou Macedônia).

“Ninguém nos ajuda, faz muito frio e eu me pergunto como vamos suportar esta situação”, acrescentou Ismail Khikimi, outro afegão de 16 anos.

No Belarus, duas pessoas morreram de frio no domingo. O termômetro, depois de cair a -30°C durante o fim de semana, subiu a -15°C nesta segunda-feira.

A temperatura era de -25ºC em Moscou, onde mais de 500 ciclistas corajosos enfrentaram temperaturas muito abaixo de zero no domingo, pedalando a -27°C.

As escolas foram reabertas nesta segunda-feira na capital russa, mas não em Vladimir, cidade localizada a 200 km de Moscou, onde as férias escolares foram prorrogadas até terça-feira e onde as temperaturas atingiram -30ºC.

Os estudantes de várias grandes cidades russas da Sibéria central também permanecerão em casa, uma vez que as aulas foram canceladas em Chelyabinsk e Kurgan (-30°C), e Tobolsk (-36°C).

Na Turquia, um espesso manto de neve cobria Istambul nesta segunda pelo terceiro dia consecutivo, provocando o cancelamento de centenas de voos.

A Turkish Airlines precisou cancelar mais 277 voos nesta segunda nos dois aeroportos de Istambul, após ter anulado mais de 600 durante o fim de semana.

O tráfego no Bósforo, um dos estreitos mais movimentados do mundo, foi novamente interrompido nesta segunda-feira pela guarda costeira devido à má visibilidade.

Muitas escolas também foram fechadas, segundo o governador de Istambul, Vasip Sahin.

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