O Conselho Central dos Judeus da Alemanha elogiou nesta quarta-feira (4) o Vaticano por recuar da decisão de reabilitar um bispo tradicionalista que nega o Holocausto, e disse que agora há condições para uma retomada das relações com a Igreja Católica.
Chartlotte Knobloch, presidente do Conselho dos Judeus, disse que a decisão do Vaticano foi um sinal positivo em reação ao pedido da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel por esclarecimentos, depois que o papa Bento 16 provocou ultraje ao reabilitar o bispo.
"É o primeiro passo que pode levar à retomada do diálogo com a Igreja Católica", disse Knobloch em nota com tom conciliador. Na semana passada, ela anunciara o rompimento das relações da instituição que dirige com a Igreja Católica.
Ela estava indignada com a decisão do papa alemão de reabilitar o bispo Richard Williamson, que nega a amplitude do Holocausto nazista, responsável pela morte de 6 milhões de judeus. Outros três membros da ultratradicionalista Sociedade de São Pio 10º (SSPX) também haviam sido reabilitados.
Knobloch também elogiou o Vaticano por declarar que a SSPX deve aceitar todos os ensinamentos do Concílio Vaticano Segundo, que pregava o respeito ao judaísmo e a outros credos.
"Isso significaria que a irmandade teria de se retratar publicamente de declarações segundo as quais os cidadãos judeus são os assassinos de Deus, e condenar firmemente qualquer forma de negação do Holocausto", disse Knobloch.