Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante cúpula de líderes da ONU em Nova York| Foto: REUTERS

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, abriu um inquérito internacional na segunda-feira sobre o ataque executado por Israel no dia 31 de maio a uma flotilha de ajuda humanitária com destino a Gaza, depois que o Estado judaico anunciou que cooperaria com a investigação.

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A investigação será liderada pelo ex-premiê da Nova Zelândia Geoffrey Palmer e pelo presidente colombiano, Alvaro Uribe, que está deixando o cargo, disse Ban em um comunicado. Eles serão, respectivamente, presidente e vice-presidente do inquérito. O painel também contará com um integrante israelense e um turco. Ambos não foram identificados.

O grupo de quatro pessoas começará os trabalhos no dia 10 de agosto e apresentará o primeiro relatório em meados de setembro, afirmou Ban.

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A invasão da flotilha turca, que tentava furar o bloqueio de Israel contra Gaza, causou protesto internacional depois que comandos israelenses mataram oito turcos e um turco-americano que, segundo eles, resistiam com violência.

A ação levou a uma rápida deterioração nas relações turco-israelenses e forçou Israel a amenizar o bloqueio a Gaza. O país judaico afirma que o bloqueio tem o objetivo de evitar que militantes do Hamas adquiram capacidade militar para atacar Israel.

O anúncio de Ban veio pouco depois de Israel anunciar que cooperaria com Ban. O país já concluiu sua investigação militar e iniciou uma civil.

Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que ele contou a Ban na segunda-feira sobre sua concordância "após contatos diplomáticos ao longo das últimas semanas destinados a garantir que o painel e seu mandato seriam justos e equilibrados".

"Israel não tem nada a esconder", disse Netanyahu, segundo o comunicado. "Pelo contrário, o interesse nacional de Israel é garantir que a verdade factual sobre todo o incidente da flotilha seja revelada ao mundo inteiro."

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Em seu comunicado, Ban classificou a iniciativa de "desenvolvimento sem precedentes".

Ele agradeceu aos líderes dos dois países a quem consultou durante o fim de semana - uma aparente referência a Israel e Turquia - "pelo espírito de compromisso e cooperação progressiva".