Estrangeiro fugido da Líbia transporta pertences em campo de refugiados na Tunísia| Foto: Joel Saget/AFP

Ditador convida o Brasil para compor comissão de observadores

O regime de Muamar Kadafi convidou formalmente ontem o Brasil a integrar uma missão de observadores que acompanharia a crise entre opositores e o go­­verno da Líbia. A proposta foi feita por autoridades do governo diretamente ao embaixador brasileiro em Trípoli, George Fer­­nandes, durante um encontro para celebrar o "Dia do Povo" – data de refundação da Líbia, há 34 anos.

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Veja no infográfico os principais destinos dos refugiados da Líbia
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Genebra - As nações europeias e o Egito enviaram ontem voos de emergência para locais perto das fronteiras da Líbia, enquanto dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros famintos e ansiosos tentam entrar na Tunísia e escapar do caos e da violência que to­­maram contra do país magrebino, em meio à insurgência contra o governante Muamar Kadafi. Mais de 180 mil refugiados já deixaram a Líbia para a Tunísia e o Egito nos últimos dias. Cerca de 40 mil pessoas aguardam para entrar na Tunísia.

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O Programa Mundial de Ali­­mentação (WFP, na sigla em in­­glês) da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma operação emergencial de US$ 38,7 mi­­lhões para levar alimentos a 2,7 milhões de pessoas na Tunísia, Líbia e Egito nos próximos três meses.

Governos da Espanha, França e Grã-Bretanha anunciaram o envio de aviões para repatriar refugiados ou para levar alimentos. Outros 2,4 mil africanos tentam sair da Líbia através de Tu­­mo, uma passagem na fronteira com o Níger, em pleno Saara.

A porta-voz do Alto Comis­­sariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming, disse que 77.320 pessoas cruzaram a fronteira da Líbia e entraram no Egito nos últimos dias, a maioria das quais de cidadania egípcia.

Um número semelhante cruzou a fronteira da Líbia para a Tunísia. Fleming disse que a situação dos refugiados também é dramática em territórios líbios controlados tanto por Kadafi quanto pelos insurgentes.

Em Trípoli, "existem muitos, muitos refugiados aterrorizados", que têm medo de deixar a capital líbia, controlada por Ka­­dafi, com medo de serem mortos no caminho.

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O primeiro-ministro da Espa­­nha, José Luiz Rodríguez Za­­patero, em visita a Túnis ontem anunciou que a Espanha enviará imediatamente 30 toneladas de alimentos e outros suprimentos de emergência à fronteira líbio-tunisina.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, anunciou que o Reino Unido começou uma ponte aérea entre a ilha tunisina de Djerba e o Cairo, que ajudará a retirar 8 mil imigrantes egípcios, que fugiram do oeste da Líbia para a Tunísia. "Essas pessoas não podem ser mantidas em campos provisórios", disse Cameron.