Uma crescente desconfiança em relação aos rebeldes sírios ficou clara nesta quarta-feira (15) durante a aprovação de uma nova resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas condenando o regime do presidente Bashar al-Assad. Embora o texto critique o crescente uso de armas pesadas pelo governo, a resolução foi aprovada com 107 votos a favor, 12 contrários e 59 abstenções - revelando uma queda no apoio aos insurgentes em comparação à resolução anterior, aprovada em agosto do ano passado. Na época, 133 países condenaram a repressão aos dissidentes, houve ainda 12 votos contra e 31 abstenções.
Embora o documento seja não vinculante e não tenha força legal, uma resolução da assembleia geral carrega um peso político e moral.
A Rússia, aliado da Síria, pediu que os demais membros votassem contra, enquanto um grupo de países latino-americanos, liderado pela Argentina, defendeu modificações no texto para diminuir o apoio à Coalizão Nacional Síria, o principal grupo opositor.
A delegação russa escreveu a todos os países-membros pedindo que votassem contra a resolução. Moscou alega que a medida prejudica os esforços para organizar uma conferência de paz em junho que inclua representantes do governo Assad e dos rebeldes.
"A resolução vai contra a corrente, especialmente levando em conta as últimas abordagens dos Estados Unidos e da Rússia, que o governo sírio saúda", defendeu também o embaixador sírio na ONU, Bashar Ja'afari.
A resolução, apoiada por países árabes e ocidentais, foi pensada originalmente para dar à Coalizão Nacional Síria a cadeira do país na ONU. Mas ficou logo claro que a iniciativa não passaria, num momento em que muitas delegações temem que seus próprios governos enfrentem rebeliões.
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