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A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o assassinato de três candidatos árabes sunitas no Iraque nesta quinta-feira (29), e instou nesta sexta (30) a população iraquiana a manter a calma e votar no sábado para escolher seus representantes regionais. O Iraque terá no sábado eleições em 14 das 18 províncias do país. Será a primeira eleição na qual a população poderá votar em indivíduos e não em partidos. As eleições de 2005 foram boicotadas pelos árabes sunitas, que prometeram comparecer às urnas desta vez. A situação é mais tensa no norte do país, em Mossul, onde o poder é disputado por curdos e árabes sunitas.

Nesta sexta-feira, a polícia iraquiana impôs toque de recolher em Mossul proibindo a circulação de veículos, disse um membro da polícia iraquiana. Este foi o primeiro passo de uma série de amplas medidas de segurança programadas para antes das eleições, que incluem o fechamento das fronteiras internacionais iraquianas, o impedimento da circulação de carros em Bagdá e em outras cidades importantes e a paralisação do tráfego aéreo.

As eleições do sábado são vistas como um quase referendo ao governo do primeiro-ministro do Iraque, o xiita Nouri al-Maliki. Em 2005, o boicote dos sunitas permitiu uma vitória eleitoral relativamente fácil dos xiitas e curdos.

Os assassinatos de três candidatos árabes sunitas, nesta quinta-feira (29), colocaram em evidência o risco de que ódios sectários prejudiquem as eleições do sábado.

Centenas de mulheres, incluindo professoras e servidoras municipais, foram recrutadas para ajudar a revistar eleitoras, depois do aumento no número de suicidas mulheres no ano passado.

O Iraque também fechou suas fronteiras com o Irã nesta sexta-feira e a passagem na cidade de Basra, ao sul, deve ser fechada da noite de sexta-feira até a manhã de domingo, disse o porta-voz do Ministério do Interior do Iraque, general Abdul-Karim Khalaf.

"As fronteiras terrestres e aéreas serão fechadas, mas não haverá restrições à movimentação de pessoas no interior da cidade", disse Khalaf.

Mais de 14.400 candidatos concorrem a 440 cargos em 14 das 18 províncias do país.

As fronteiras da cidade de Mossul foram fechadas nesta sexta-feira para veículos e um toque de recolher estava programado para começar algumas horas depois, disse o coronel Safaa Abdul-Razzaq, porta-voz do comando conjunto de operações na província de Nínive.

Abdul-Razzaq disse que o toque de recolher foi imposto para conter qualquer ato potencial de violência na terceira maior cidade do Iraque. A proibição da circulação de carros em Mossul vai até domingo.

Enquanto em Bagdá e outras cidade do Iraque registraram substancial melhora na segurança, forças iraquianas e norte-americanas continuam a combater a Al-Qaeda e outros insurgentes em Mossul. A cidade multiétnica tem sido uma das mais difíceis de controlar depois que insurgentes fugiram para a região após as ações das forças dos Estados Unidos e do Iraque em outros locais.

As tensões cresceram antes das eleições na medida em que curdos e as partidos majoritariamente sunitas fazem de tudo para conquistar o poder.

O Exército dos Estados Unidos vem assumindo um papel secundário no direcionamento das atividades de segurança para a eleições, mas planeja enviar grande quantidade de soldados para as ruas durante a votação.

A decisão de fechar a cidade foi tomada um dia depois que ataques deixaram três candidatos mortos. Dentre eles estava um candidato de Mossul.

Homens armados passaram atirando de um carro em movimento e mataram o candidato e ex-oficial do Exército Hazim Salim, integrante da Lista da Unidade, um grupo de políticos sunitas independentes, segundo um oficial da polícia iraquiana, que pediu para que seu nome não fosse divulgado.

Nesta sexta, um bomba colocada às margens de uma estrada, encontrada ao sul de Bagdá, matou três policiais e deixou 17 feridos depois de ter explodido enquanto o grupo tentava desarmá-la. Informações iniciais indicavam que duas pessoas haviam morrido e 14 ficado feridas. A bomba explodiu dentro de um complexo da polícia em Diwaniyah, para onde foi levada para ser desarmada por um grupo de especialistas, disse um oficial, que falou sob condição de anonimato. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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