O Conselho de Segurança da ONU considera votar nesta semana uma resolução condenando a "derrubada" do avião de passageiros da Malaysia Airlines na Ucrânia.
O texto, de autoria da Austrália -país que ocupa um assento de membro não permanente e que perdeu 28 cidadãos na queda do avião- "exige que os responsáveis por este incidente sejam responsabilizados e que todos os Estados cooperem plenamente com os esforços para estabelecer essa responsabilidade".
Não está claro se o rascunho, obtido pela Reuters, cita um envolvimento direto dos separatistas pró-Rússia na derrubada, mas ele exige que os grupos armados no controle do lugar da queda e dos arredores "não cometam qualquer ação que possa comprometer a integridade do local".
O texto pede ainda que os corpos das vítimas sejam tratados de maneira "digna, respeitosa e profissional".
A votação poderia ocorrer já nesta segunda-feira (21), segundo a Reuters. A Rússia, membro permanente do Conselho, tem direito a veto.
Na última sexta-feira (18), o grupo aprovou um comunicado pedindo "investigação internacional completa e independente", além do acesso imediato de investigadores ao local da queda.
A resolução, que é o tipo de manifestação mais forte do Conselho de Segurança, também adotaria uma linguagem mais dura - "condenando nos mais duros termos a derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines (...) que resultou na perda trágica de 298 vidas".
Na sexta, a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, havia subido o tom contra Moscou, alegando que "não se pode descartar a assistência de pessoal russo para operar os sistemas" de mísseis envolvidos.
"Por causa da complexidade técnica do SA-11 [como é chamado pela Otan o míssil russo 9K37 Buk], é improvável que os separatistas possam ter efetivamente operado o sistema sem a ajuda de pessoal especializado", disse Power.
Em respostas, o representante russo, Vitaly Churkin, pediu uma investigação livre de "pré-julgamentos e insinuações injustificáveis". Ele, no entanto, disse ser necessário apurar também a responsabilidade das autoridades ucranianas, que teriam "enviado um voo de passageiros para uma área de conflito militar".
"Para qualquer pessoa normal, uma pergunta aparece: por que [os controladores] ucranianos enviaram um voo de passageiros para uma área de conflito militar -uma área que está sendo usada para atacar alvos civis?", questionou.
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