O Conselho de Direitos Humanos da ONU lançou uma comissão internacional de inquérito nesta terça-feira para investigar a repressão na Síria contra manifestantes contrários ao governo, incluindo possíveis crimes contra a humanidade, apesar de objeções da Rússia, China e Cuba.
O conselho condenou o que chamou de "violações graves e sistemáticas de direitos humanos que continuam sendo cometidas pelas autoridades sírias, como execuções arbitrárias, uso excessivo da força e o assassinato e a perseguição de manifestantes e defensores de direitos humanos".
A Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse na segunda-feira que mais de 2.200 pessoas morreram na repressão que já dura cinco meses no país.
Um fórum de 47 membros adotou rapidamente a resolução apresentada pela União Europeia, os Estados Unidos e países árabes como a Arábia Saudita.
O resultado da votação foi de 33 a favor, quatro contra e 9 abstenções. A condição de membro da Líbia no conselho foi suspensa no começo do ano e o país não teve voto.
"A resolução foi adotada", anunciou a embaixadora uruguaia Laura Dupuy Lasserre, que preside o conselho, depois da votação realizada no segundo e último dia da sessão especial sobre a Síria.
O conselho lançou um inquérito para estabelecer os fatos "e onde possível identificar os responsáveis, visando garantir que aqueles que cometeram as violações, inclusive as que podem constituir crimes contra a humanidade, sejam responsabilizados".
O embaixador sírio para a ONU em Genebra, Faysal Khabbaz Hamoui, rejeitou a resolução, dizendo ser parcial.
"Isso confirma novamente que existe uma determinação para condenar politicamente a Síria e passar por cima de qualquer proposta pela abertura e reforma que existe no país", disse ele em um pedido antes da votação contra o documento.
As delegações da Rússia, China e Cuba todas tomaram a palavra para denunciar o que chamaram de interferência nos assuntos internos da Síria e dizer que votariam contra o documento. O Equador também votou contra a resolução.