Em encontro da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira (6) que esta "terá que ser a última vez que se reconstrói" Gaza.
Para ele, o "ciclo insensato de sofrimento" nos territórios palestinos e em Israel precisa terminar.
"Precisamos continuar assim? Construir, destruir, construir e destruir? Vamos reconstruir de novo, mas essa tem de ser a última vez", disse Ban, destacando que a ONU ajudará a reparar a destruição no território palestino.
Os dois lados vivem seu segundo dia de trégua de um cessar-fogo de 72 horas.Ban defendeu que as populações dos dois lados têm direito a "viver sem medo".
No último domingo (3), após um ataque israelense a uma escola utilizada pela ONU em Gaza, que deixou ao menos dez civis mortos, o secretário-geral já tinha usado suas mais duras palavras para condenar o "ato criminoso".
Na reunião desta quarta, o enviado especial da ONU ao Oriente Médio, Robert Serry, disse que é preciso agora cuidar da raiz do problema. "A equação básica é: por um fim no bloqueio a Gaza, atender às necessidades legítimas de segurança de Israel", disse.
O embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, no entanto, acusou alguns organismos da entidade de "ambiguidade moral" e de propagar tendências anti-Israel. Segundo Israel, o Hamas tem usado as dependências da ONU em Gaza para operar e guardar armamentos.
Para Prosor, o único modo de conseguir uma paz duradoura entre Israel e Gaza é desarmando o Hamas.
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, por sua vez, ressaltou a "falta de simetria" no conflito - com mais de 90% das mortes do lado palestino - e classificou como "bárbara" a campanha militar israelense.